O Egito, 25º colocado na Classificação de países por perseguição, continua lutando pela sobrevivência. "Navegando por uma noite escura e sem fim, em meio a vendavais, o amanhecer parece não se aproximar, enquanto as ondas vindas de todas as direções atingem fortemente o barco! Esta é a imagem que eu vejo quando olho para os desafios contínuos surgidos no campo", descreve um colaborador da Portas Abertas, autor do texto a seguir. 

"Imagine-se pilotando um helicóptero, sobrevoando, hoje, o Egito, em uma viagem de observação. Além dos ventos carregados de areia, que caracterizam a estação, você será impactado pela visão de muitos protestos estourando simultaneamente, como pipoca em uma panela quente, em diferentes locais e por diversas razões.

A visão desses protestos mostra multidões de egípcios desesperados e furiosos, carentes dos recursos mais essenciais da vida, que pode ser apenas um pequeno botijão de gás. Hoje em dia, os egípcios fazem fila para conseguir pão e combustível; vivenciam, constantemente, cortes de água e eletricidade; e sofrem com a falta de segurança. Forças policiais concentram seus esforços em guardar pessoas e lugares relacionados ao partido da Irmandade Mulçumana; a segurança e a proteção dos demais cidadãos são colocadas em segundo plano.

Ouvimos frequentes reportagens a respeito do roubo de carros, assaltos à mão armada, sequestros relâmpago, edifícios intencionalmente incendiados, protestantes bloqueando linhas de trem e rodovias principais e uma série de outros acontecimentos. Recuo em dores e me pergunto: será este, realmente, o meu país, o Egito?! Quantas situações críticas e desafios vindos todos de uma vez! Atravessando as cidades e vilas, é possível sentir a exaltação da população!

Os recentes levantes contra as igrejas e os cristãos da vila Khusus, seguidos de outro ataque aos enlutados, que carregavam seus mortos a caminho da Igreja Ortodoxa Copta, no Cairo, dia 7 de abril, tornaram a situação ainda mais obscura e triste. Esta foi uma violência sem precedentes! A polícia chegou tarde demais e fez muito pouco, ou nada, para impedir os criminosos.

Os ataques resultaram não apenas em sete mortes e dezenas de feridos como também serviram de palco para manifestações de ódio entre os dois lados, com pouco espaço para a razão e a racionalidade. 

A quem recorrer?

Diante de tal cenário, para onde podemos levar as nossas dores e a quem podemos clamar? Somente invocamos o nome do Senhor; confiamos em Sua fidelidade e poder! Se Deus está no controle, qual a razão para que permita estes repetidos ataques a seus filhos? Podemos não ter no momento uma resposta para esta intrigante questão, e talvez nunca a tenhamos! Ainda assim é evidente que ele está preparando seus filhos, no Egito, para uma imensa vitória e uma grande colheita."