Os dois principais candidatos, o atual presidente Goodluck Jonathan, e o partido da oposição, o general aposentado Muhammed Buhari, aumentou a pressão e as divisões religiosas e étnicas do país, fazendo com que cristãos se refugiassem antes das eleições.
Em 2011, a vitória de Jonathan, um cristão do sul do Delta do Níger, provocou uma onda de violência em Katsina, a cidade natal do general Buhari, no Norte. A violência pós-eleitoral, que a Comissão dos Direitos Humanos descreveu na época como um dos episódios mais sangrentos da história da Nigéria, se espalhou rapidamente para todos os 12 Estados do Norte e custou a vida de mais de 800 pessoas. Mais de 350 igrejas foram queimadas, entre outras propriedades.
O conflito deixou cicatrizes em muitos nigerianos que não gostariam de ser pegos de surpresa em uma nova onda de violência duradoura. Sam Nwodo, um comerciante cristão que foi um dos que se refugiou por medo da onda de violência provocada por eleições, é cético quanto a isso e está disposto a deixar de votar por sua segurança.
As campanhas eleitorais de 2015 foram marcadas pela violência. De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Nigéria, nada menos do que 58 pessoas perderam a vida, entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Em Kaduna, cristãos e muçulmanos estão trabalhando em conjunto para prevenir um novo surto de violência e lançaram uma campanha para tentar evitar ataques este ano, em detrimento das eleições anteriores. A campanha quer garantir que ninguém se envolva em violência ou abrigar alguém com a intenção violenta durante as eleições seriam entregues a agentes de segurança.
Enquanto isso, cerca de 1,5 milhões de refugiados pelos ataques do Boko Haram no Norte do país, também podem ficar sem votar, pois o governo já deixou claro que não tem planos para levar urnas até os campos de refugiados.
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