Embora a liberdade religiosa esteja prevista na Constituição e demais leis do país, na prática o governo restringiu ao máximo atividades relacionadas à crença
De acordo com o recém-lançado Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa, produzido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, muitas pessoas ainda vivem sob governos que limitam a prática religiosa. Um país de particular preocupação é a Coreia do Norte.
O documento revela que, verdadeiramente, a liberdade religiosa não existe em território norte-coreano. Apesar de constar na Constituição e outras leis do país, atividades religiosas não são permitidas.
Autoridades norte-coreanas reprimem reuniões de oração não autorizadas e reagem duramente àqueles que se envolvem em atividades religiosas consideradas “inaceitáveis”. É necessário que os grupos religiosos sejam reconhecidos pelo governo, que os supervisiona de maneira rígida. Relatos de missionários e organizações não governamentais indicam que os cristãos que praticam proselitismo no país e outros que entram em contato com estrangeiros estão sujeitos a penas severas.
Grupos de direitos humanos fora da Coreia do Norte declararam em anos anteriores que membros de igrejas cristãs clandestinas foram presos, espancados, torturados e mortos por causa de suas crenças religiosas. Estima-se que entre 150 e 200 mil pessoas estejam em campos de prisioneiros políticos; muitos, por motivos religiosos. A estrutura e condição das prisões são desumanas, e desertores que estiveram encarcerados afirmaram ainda que os prisioneiros detidos em razão de suas crenças religiosas geralmente eram tratados de maneira mais rígida do que os outros.
Casos de perseguição aos cristãos e à Igreja clandestina
Órgãos da imprensa estrangeira informaram que 23 cristãos foram presos em maio de 2010. O crime? Eram membros de uma igreja evangélica clandestina em Kuwol-dong, na cidade de Pyongsong. Três foram executados, enquanto os demais foram encaminhados à prisão política de Yodok.
No ano passado, um dissidente reportou que o cristão Myong-il Park foi preso em 2000, pela Agência de Segurança do Estado, por conta de uma Bíblia que obteve durante uma viagem à China. Desde então, ele permanece em um campo de prisioneiros políticos.
O governo da Coreia do Norte não permite que representantes de governos estrangeiros, jornalistas ou de qualquer outro movimento pela liberdade avaliem as condições de direitos humanos no país, impedindo a confirmação oficial dos abusos relatados.
Número 1 na classificação de países por perseguição
Apesar das muitas promessas do regime comunista, milhares de norte coreanos sofrem de desnutrição crônica, com o desemprego e vivem abaixo da linha da pobreza. A perseguição aos cristãos tem assumido várias formas. A sociedade vive tomada por um medo constante, devido ao forte esquema de vigilância do governo.
Inicialmente os cristãos que lutavam por liberdade política foram reprimidos. Depois, o governo tentou obter o apoio cristão ao regime, mas como não teve êxito em sua tentativa, acabou por iniciar um esforço sistemático para exterminar o cristianismo do país.
Quase todos os cristãos na Coreia do Norte pertencem a igrejas não-registradas e clandestinas. O culto deles se constitui de um encontro "casual" de dois ou três fiéis, em algum lugar público. Lá eles oram discretamente e trocam algumas palavras de encorajamento.
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