A cerimônia pública em homenagem a Michael Jackson foi marcada pela música gospel. Sob fortes aplausos e ao som da música cristã “Soon and Very Soon”, interpretada por um coral gospel da Califórnia, o corpo do cantor Michael Jackson chegou ao palco do estádio Staples Center, na região central de Los Angeles.
Cerca de 11 mil fãs, familiares e amigos, dentre eles uma grande lista de artistas, foram dar adeus ao cantor, que morreu em 25 de junho depois de sofrer uma parada cardíaca em sua mansão em Los Angeles. Lionel Ritchie – co-autor, com Michael, da música “We Are the World”, para o projeto USA for África, que tinha como objetivo arrecadar fundos para as famílias vítimas da fome na África – subiu ao palco para cantar “Jesus Is Love”, permeada com belas imagens de arquivo de apresentações do cantor, desde a sua atuação no Jackson 5.
A cerimônia foi marcada também por discursos de líderes evangélicos, amigos de Michael e de sua família, como Lucious Smith, que ressaltou em discurso o aspecto familiar do artista, como filho, irmão e pai. “Ele nunca irá para sempre. Até que nós lembremos dele, ele estará lá para nos confortar. Michael fez muito para curar esse mundo. Que esse momento seja um momento de cura, de música, um momento de amor e conforto para todos os que amaram nosso amigo”, disse o pastor da Igreja Batista.
O reverendo Al Sharpton enfatizou o papel do cantor no combate ao racismo. “Em todo o mundo, hoje, as pessoas estão unidas numa vigília. As pessoas que estão se perguntando por que tanta emoção têm que entender a jornada de Michael. Ele nos ensinou a viver e conviver uns com os outros. Ele nunca desistiu de sonhar e este sonho mudou a cultura no mundo todo. recusou os limites impostos por outras pessoas e mudou o mundo. Não vamos pensar na cicatriz, vamos pensar na jornada. Ele derrubou os que duvidavam dele, superou os pessimistas, nunca parou, nunca parou, nem vai parar.”
Al Sharpton mandou um recado especial aos três filhos de Michael. “Não havia nada de estranho com seu pai. Estranho foi o que ele teve de confrontar para chegar lá. Ele confrontou tudo do jeito dele e em nosso nome. Não venho aqui dizer adeus a ele, e sim obrigado, por ter erradicado as barreiras e nos dado esperança”, disse o pastor.
“Na vida temos que descobrir nosso dom”, disse Martin Luther King III, filho do pastor líder da luta pelos direitos civis americano Martin Luther King Junior, em seu discurso para celebrar Michael Jackson. “Meu pai dizia: se você for um gari, tem que varrer as ruas como Shakespeare escrevia, como Velásquez pintava. E então os céus dirão: aqui viveu um grande gari’. Por isso, acredito que no dia 25 de junho o céu e a terra pararam para dizer: aqui viveu um grande artista, que fez seu trabalho muito bem”.
Bernice King, outra filha de Martin Luther King, também discursou. Ela recordou e agradeceu pelo dia em que Michael Jackson fez sua mãe, então doente, “Ele era uma luz brilhante, assim como nosso pai, Martin. Vamos todos nos inspirar e deixar sua luz brilhar. Descanse em paz, irmão Michael.”
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