Pascuala era jovem e solteira quando, em uma noite como as outras, ficou cuidando de seus quatro sobrinhos: um menino e três meninas. Pascuala estava dormindo quando os caciques foram queimar sua casa, porque sua família toda era cristã. Ela acordou a tempo de alertar alguns dos familiares, mas as quatro crianças foram assassinadas, golpeadas ou queimadas enquanto tentavam fugir. Pascuala foi baleada e agredida fisicamente. Ela só sobreviveu porque fingiu estar morta. Fraca e sangrando, ela caminhou por muitas horas até chegar a um hospital.
Ela ficou com 21 projéteis em seu corpo e pescoço na época, tudo porque não negou sua fé em Jesus. Apesar de ter sido baleada, abusada e quase morta sendo apenas uma jovem, tendo sua casa incendiada e sua família assassinada, ela não se lamentou ou teve pena de si mesma. Ao invés disso, até hoje passa seus dias confortando outros, visitando mulheres que ficaram viúvas ou desabrigadas. Um de seus ministérios é ensinar trabalhos manuais para essas mulheres, para que possam se sustentar e ter uma renda. Já faz quase 30 anos que o ataque ocorreu, mas Pascuala seguiu firme em seu ministério e agora centenas de mulheres vão até ela para buscar consolo, conselhos e ajuda.
Pascuala relata: “Durante aquela época, eu pensei que Deus não iria me ajudar. Em minha solidão, não pensei que teria um futuro. Eu não sabia o que fazer. Foi assim durante cinco anos. Até que algumas igrejas nos Estados Unidos me convidaram para contar meu testemunho. Quando fui, deixei que as pessoas tocassem os ferimentos de bala em meu corpo. Alguns irmãos começaram a chorar.
Aquilo tocou o meu coração. Eu percebi que eles realmente sentiam a minha dor. Algo novo começou a acontecer. A alegria e a paz do Senhor foram derramadas sobre mim. Fazia muito tempo que eu não sorria. Meu Deus estava comigo! Eu não estava sozinha! Minha fé começou a crescer. Eu voltei para o México com nova esperança e novas expectativas.
Desde então, meu desejo é ajudar as pessoas que são perseguidas por causa de Jesus. Eu comecei a compartilhar com outros que há esperança em Jesus, porque eu mesma entendi isso quando estava sozinha. O desejo do meu coração é dedicar meu tempo a Deus. Minha convicção é ajudar e amar a Igreja Perseguida, porque eu sinto a dor deles. Eu vou para lugares aonde ninguém mais vai, porque eles precisam de Jesus. Se Deus me permitiu passar pela perseguição, foi por uma razão: para proclamar o Seu nome”.
Ainda assim, as mulheres da Igreja Perseguida precisam de nossa oração e de nosso apoio. No Brasil, o ministério Mulheres do Caminho surgiu há quase três anos para criar um elo mais profundo entre as cristãs livres brasileiras e as cristãs perseguidas espalhadas por mais de 50 países. É nosso dever socorrer essas irmãs que têm doado suas vidas para o avanço do evangelho e ajudá-las a permanecer firmes enquanto servem ao Senhor.
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