O médium brasileiro João Teixeira de Faria é ficou conhecido no mundo todo como “João de Deus”. Ele faz atendimentos espirituais há mais de 40 anos em Abadiânia, no interior de Goiás. O fluxo é intenso, com até 10 mil pessoas por mês. Muitos são estrangeiros.
Incorporando diversas “entidades”, realiza “cirurgias espirituais” e oferece curas. Durante décadas teve destaque na mídia, tendo atendido artistas e políticos, inclusive o presidente Michel Temer.
Agora, está sendo acusado de abuso sexual. O programa Conversa com Bial desta sexta-feira, (7), mostrou depoimentos de mulheres dizem ter sido abusadas sexualmente pelo médium quando buscava auxílio. Elas contam que as ameaças de “retaliação espiritual” contribuíram para que ficasse em silêncio.
O programa da rede Globo mostrou o depoimento de quatro delas, mas explica que ouviu 10. Não exibiu todos por falta de espaço no programa. Apenas a holandesa Zahira Mous mostrou o rosto. As demais não quiseram ter seus nomes divulgados.
Os relatos são todos muito parecidos. Durante os atendimentos espirituais coletivos, o médium disse para as mulheres que, segundo a entidade, elas deveriam procurá-lo posteriormente em sua sala, porque tinham sido escolhidas para receber a cura.
As relações forçadas eram chamadas por ele de “limpeza”. Conforme conta uma delas, o médium dizia: “Você precisa da minha energia, que só vem dessa maneira [sexo], pra eu poder fazer a limpeza em você”.
Uma outra mulher diz que recebia ameaças do tipo: “Se você não fizer o que eu estou falando, a sua doença vai voltar”. Conforme destaca a holandesa, elas se sentiam acuadas. “Tinha muito medo deles mandarem espíritos ruins, da minha vida se tornar miserável, de não conseguir dormir”, lamenta.
A assessoria de imprensa do médium emitiu nota dizendo que ele “rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”.
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