Nada melhor que uma mulher para falar sobre mulheres. Será? Mesmo nós mulheres temos limitações em compreender nossas complexidades. Aliás, nossa estrutura, seja física ou psicológica é tema de estudos incessantes. Essa constatação reconhece a maravilhosa engrenagem que nos rege, numa variada combinação de hormônios, músculos e emoções. Não sou uma especialista no comportamento feminino, e a duras penas busco compreender minimamente o meu. E como não poderia ser diferente, sendo eu mulher, me arrisco a esboçar algumas linhas sobre o meu gênero feminino.

O dom de gerar um ser humano seria suficiente para justificar tantas poesias, músicas, e celebrações ao sexo feminino? Ao lado de manifestações oníricas estão verdadeiras barbáries cometidas contra o "sexo frágil". Há uma ambigüidade em relação às mulheres: ao mesmo tempo em que diversas civilizações atribuem a elas predicados sem fim, a história registra episódios de extremo preconceito e violência.

A versatilidade da mulher, entretanto, é um quesito que, sem dúvida, faz com que esse ser, mesmo sendo mais frágil fisicamente, se utilize da capacidade de observar, de intuir e de se comunicar para sobreviver. São as mulheres que geram e, ao menos na nossa civilização ocidental, são elas que criam os filhos. E são elas as cortejadas, aquelas que dizem o sim ou o não. Na sua aparente desvantagem social e física, com sutileza, ela encontra seu espaço em meio às suas contradições.

O que difere uma mulher
de fé de uma sem fé é para
onde ela canaliza suas forças

Trazendo para os dias atuais um pouco de reflexão na Palavra de Deus, mas sem entrar nos detalhes da história que é contada, praticamente, pelos homens, conforme o relato bíblico, gostaria de, com liberdade, trazer algumas considerações sobre as mulheres e a sua presença inequívoca no relato bíblico. São juízas, sacerdotizas, prostitutas, estrangeiras, virtuosas donas de casa, intercessoras, culminando com a bem-aventurada que traria o messias à Terra. Até aí, você me diria, não há nenhuma novidade, sem exclusividade para nosso sexo, a não ser quanto ao nascimento do Cristo. Os homens de Deus relatados na Bíblia são igualmente virtuosos e passíveis de erros, como nós. Não estou aqui querendo instituir um ranking homem x mulher.  Esse discurso é démodé, já está fora de moda.

Pouco importam as diferenças entre homem e mulher. É uma grande tolice querer estabelecer supremacia entre os sexos, visto que só existem aos pares. Mas, há um elemento na criação das mulheres, mistério do nosso Criador, que as faz suavemente imprescindíveis à existência humana.  Há nas mulheres uma ansiedade por ser feliz!  O que difere uma mulher de fé de uma sem fé é para onde ela canaliza suas forças para realizar tal desejo e alcançar esse objetivo.  Algumas se lançam na correria pelo ter, outras pensam que comprando plásticas e silicones poderão vir a ser.

A pergunta, minha cara, é: em que você está investindo seus esforços pela felicidade?  Vejo teimosia em algumas mulheres cristãs com a mesma intensidade que vejo nas mulheres de hoje. A diferença crucial é para onde se estão canalizando os esforços para se ser feliz. O que Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Rute, Isabel, Ester, Maria e a mulher virtuosa de Provérbios 31 têm em comum?  É o mesmo que as mulheres da Igreja Perseguida, da Igreja brasileira, e que você hoje pode ter.  Essas mulheres se dão com toda sua complexidade, alternância de humores e hormônios, no esforço para superar situações desfavoráveis, com lutas e dores, choros e risos, tendo uma meta: fazer a vontade do Pai.

É preciso viver o aqui,
com a compreensão do porvir,
e de que somos seres espirituais

Em tempos de TPM, Síndromes de Pânico, depressões, e um sem-número de neuroses, a falta de sentido pode ser a raiz das nossas mazelas.  É preciso resistir à cultura contemporânea que nos faz padecer pela falta de vivência espiritual. Quanto mais abandonamos a vida cristã, mais adoecidos ficamos. Não basta dizer que só se vive o aqui e agora, que o amanhã e o depois pouco importa. É preciso viver o aqui, com a compreensão do porvir, e de que somos seres espirituais.

Nesses dias em que a falta de sentido nos assedia, temos muito a aprender com as mulheres da Igreja Perseguida. Elas resgatam o sentido do cristianismo em suas vidas. Essas mulheres são exemplos vivos da fé bíblica, da resistência por amor, da obstinação, da longanimidade que só o Espírito Santo pode conceder. Elas nos fazem lembrar das simples e contundentes palavras de Jesus no Sermão do Monte, tão esquecidas por muitas de nós, que aqui tomo a liberdade de trocar o gênero: bem-aventuradas as pobres em espírito, as que choram, as humildes, as que têm fome e sede de justiça, as misericordiosas, as puras de coração, as pacificadoras, as perseguidas por causa da justiça. Bem-aventuradas serão vocês quando, por minha causa, as insultarem, as perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.

O extraordinário nessas palavras de Jesus é a indicação de que quando se tem sentido, quando se sabe a direção, quando se tem certeza de a quem estamos servindo é possível alcançar a felicidade. E essa conquista é extremamente valiosa, pois não é condicionada a conjunturas políticas e sociais, mas se dá independentemente das circunstâncias que a vida apresenta, sendo elas favoráveis ou não.

A busca feminina e humana pela felicidade se encontra em servir a Deus.  Mas, e você e eu!?  Onde estamos focando nossa ansiosa luta pela felicidade? Essa é uma pergunta que poderá levar você a refletir, minha amiga e irmã. E a resposta, tenho absoluta certeza, você saberá dar.