A igreja colombiana apresentou duas reações diferentes em relação aos acordos de paz assinado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias Colombiana, as Farc há alguns dias. Uma parte dos cristãos simplesmente não acredita mais nas promessas de reconciliação entre a liderança do país e os guerrilheiros. Ovidio Gomez, líder de uma igreja que fica no nordeste do país, disse: “Isso não significa que nós não desejamos a paz, apenas que não confiamos nessa negociação que foi feita em Havana com os guerrilheiros”. Por outro lado, a igreja urbana reagiu mais positivamente às propostas. “É a resposta às nossas orações e vigílias que fizemos durante muitos anos”, disse um líder cristão de Bogotá.
Entre 1981 e 2012, a Colômbia acumulou 11 fracassos em processos de negociação. Promessas foram quebradas provocando um ceticismo generalizado, principalmente entre as igrejas que ficam nas áreas controladas pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias Coolombianas). Depois de assinarem o acordo, os guerrilheiros continuaram a cometer crimes sob o nome de ELN (Exército de Libertação Nacional), principalmente no Sul e Nordeste do país, recrutando até mesmo crianças de regiões rurais, como no caso da tribo Guahibos, em Guaviare, durante o primeiro semestre de 2015, além disso, os líderes cristãos foram ameaçados ainda durante o processo de negociação.
O medo é latente. Cerca de 30 pastores de diferentes regiões do país confirmaram em uma reunião realizada pela Portas Abertas que eles não estão mais dispostos a participar dos processos de verificação dos pontos acordados, temendo os problemas futuros. “Nós queremos contribuir para a verdade, mas na Colômbia não se sabe mais quem é quem, há muitos ‘atores’ e pessoas que buscam seus próprios interesses e não o bem estar do povo no geral”, disse um líder cristão que não foi identificado por motivos de segurança.
Ele ainda comentou que as informações que eles davam ao governo eram usadas contra a própria igreja mais tarde. “Sabemos que os guerrilheiros têm acesso às informações oficiais durante o período pós-conflito. Por isso, decidimos nos calar. Nós aprendemos a perdoar, não a denunciar”, disse ele. Uma cristã, que também é líder de igreja, comentou: “O fim das FARC não representa o início da paz para os cristãos. A perseguição à igreja vem de vários outros lugares, de outros grupos criminosos e até mesmo dos líderes indígenas. Mas nós devemos continuar o nosso trabalho de pacificadores e continuar acolhendo aqueles que desejam aceitar a Cristo como Salvador”, conclui a líder.
Motivos de oração
- Ore pela igreja na Colômbia nesse momento de pós-conflito e peça por força e estratégia aos líderes cristãos, durante esse momento decisivo em que um acordo de paz foi assinado.
- Interceda pelos cristãos que vivem em regiões controladas pelas FARC e peça por proteção e paz dentro dos lares e das igrejas.
- Clame para que os perseguidores sejam alcançados através do amor de Cristo, através das pregações e dos trabalhos evangelísticos que acontecem no país.
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