Mais de mil muçulmanos se reuniram e oraram na manhã de 26 de outubro para protestar contra a reconstrução da Igreja Cristã Protestante de Batak (HKBP) em Cinere, Depok, no oeste da província de Java. Eles exigiam que o governo local revogasse a permissão de reconstrução, e que demolisse o primeiro andar, já levantado.
O encontro de três horas aconteceu numa rua pública, a 50 metros de distância do local da construção.
Organizada pelo Fórum de Solidariedade Muçulmana de sete bairros do oeste de Java, o evento contou com cinco líderes muçulmanos que proferiam mensagens de ódio contra os cristãos. “Se o governo falhar em atender às nossas demandas, nós mesmos queimaremos as fundações da igreja”, disse um deles.
Homens e mulheres vieram de fóruns islâmicos e de várias organizações muçulmanas de toda Cinere, incluindo o grupo radical Frente dos Defensores Islâmicos. A Frente foi acusada pelo incidente de 1º de junho no Monumento Nacional, que feriu pelo menos 70 membros da Aliança Nacional pela Liberdade de Fé e Religião. Muitos membros da FPI foram presos.
Mais de 400 oficiais de polícia foram designados para cobrir o protesto. Apesar das provocações dos líderes, a multidão permaneceu passiva. Autoridades locais estavam na lista de convidados, incluindo o líder da vila, o responsável pelo sub-distrito de polícia e o chefe do distrito de polícia. Mas nenhum deles compareceu.
O primeiro protesto
O lugar da construção era uma propriedade que a HKBP comprou em 1992. Cinere, então, estava sob a administração da cidade de Bogor, a qual concedeu à HKBP permissão para construir. Em 1998, a fundação estava pronta, mas os vizinhos muçulmanos contestaram imediatamente.
“Nós suspeitávamos de que a permissão (para construir) não era legítima. A HKBP deve ter fornecido ao governo um número maior de membros apenas para conseguir a permissão,” disse o advogado da Equipe de Defensores Muçulmanos, Ahmad Mihdan.
Nesse ínterim, a administração de Cinere foi transferida de Bogor para Depok. O novo escritório bloqueou a construção da igreja com uma carta emitida em 2000, e a HKBP decidiu se submeter à decisão das autoridades.
No ano passado, a denominação tentou reconstruir a igreja com a permissão original da administração de Bogor. Porém, enfrentou protestos novamente. Cartazes foram espalhados pela vizinhança e no local da construção, rejeitando uma igreja numa comunidade muçulmana. “Tirar esses cartazes significa guerra”, disse um dos distribuidores dos cartazes em Cinere.
“Pedimos à administração de Depok que propicie um encontro entre a comunidade muçulmana e o comitê de construção da HKBP”, disse o advogado Mihdan, que estava presente no evento do último domingo. O Fórum de Harmonia Inter-religioso está estudando o caso e irá enviar ao governo local suas recomendações.
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