Na Líbia, existe um grupo composto por 150 cristãos, aproximadamente. Eles se converteram ao cristianismo, mas precisam viver como se fossem muçulmanos para evitar problemas com o governo e com a sociedade.
Todos os líbios são considerados muçulmanos na mente daquele povo. Abandonar o islamismo não é uma possibilidade. “O problema para os novos convertidos realmente começa quando eles falam sobre Jesus”, disse Charley, nome fictício de um membro da equipe da Portas Abertas que atua na região.
Charley coordena o trabalho da organização em vários países do norte da África. “Na dinâmica da Líbia, os cristãos são apenas um “grupo muito pequeno”. Todos os novos cristãos começam isoladamente porque conhecem Jesus através de sonhos ou em programas de TV e sites”, ele conta.
“Quando eles se convertem, precisam encontrar caminhos para tentar manter uma vida normal, para isso precisam manter segredo sobre sua decisão diante da família”, explica.
Rotina dos cristãos líbios
Eles vão à mesquita e fazem suas orações, mas em seus corações eles oram a Jesus e não fazem mais as rezas muçulmanas. Quatro mulheres líbias: uma mãe e suas três filhas, são um exemplo disso.
“Uma das filhas veio à fé por meio de um canal egípcio via satélite na TV. Ela compartilhou sua decisão corajosamente com suas duas irmãs, e elas também se converteram. Sua mãe descobriu que havia algo acontecendo com suas filhas. Mas depois de algum tempo ela também se tornou uma seguidora de Jesus”, conta Charley.
Ele revelou que as mulheres estão vivendo em uma cidade no deserto do país. Por enquanto, o resto da família não sabe o que aconteceu com elas. No começo, elas tinham muitas dúvidas, mas nem sempre é fácil encontrar as respostas.
“Durante todo tempo mãe e filhas participaram de todos os festivais islâmicos, e foram para a mesquita, e continuaram com seu estilo de vida muçulmano”, conta. O programa que é produzido a partir do Egito é financiado em parceria com a Portas Abertas. Charley explica que isso só é possível através de doações de pessoas do mundo inteiro.
Quando os cristãos se encontram
No início, é natural que a experiência dos novos convertidos seja solitária. Mas, depois de um tempo, e isso pode levar alguns anos, a tendência é que esses cristãos tenham uma conexão.
Na Líbia, existe uma rede de líderes cristãos que ajudam os novos convertidos. “Dessa maneira, as quatro mulheres conseguiram entrar em contato com outro cristão por telefone”, revela o colaborador da Portas Abertas.
Ele conta que elas puderam fazer todas as perguntas que ainda tinham. “Eram questões práticas, como estas: Como eu devo viver sendo cristã? Quantas vezes preciso orar e como devo fazer isso? Como o jejum funciona? O que é um casamento cristão?”, apresentou.
Os líbios se convertem, têm suas experiências com Deus, mas não podem compartilhar isso com os outros. Eles precisam ser discretos. “Eles pesquisam na internet as possibilidades de se conectar com outros cristãos, mas assim que alguém descobre sua fé, começa uma dura perseguição”, revela.
Segundo ele, há exemplos de jovens que foram expulsos da escola. “Eles passam a ser vistos como um escândalo para toda a família e são espancados, às vezes até entregues às autoridades para que sejam ‘reeducados’. Outros ficam em prisões domiciliares”, finaliza. Com informações Portas Abertas
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