Muçulmanos do distrito de Nilphamari e missionários islâmicos estrangeiros estão levando cristãos convertidos há pouco tempo a mesquitas para forçá-los a voltar ao islã. O evangelista e pastor Sanjoy Roy disse que 27 cristãos que acabaram de se batizar foram forçados a se reconverterem. Outros 14 novos cristãos enfrentam forte pressão por parte de aldeões e missionários do Tabligh Jamat.
“Os muçulmanos ainda estão nos ameaçando e dizendo que eles mudarão nossa fé”, disse o pastor Sanjoy ao Compass. “Nós solicitamos proteção para a polícia, mas o comissário do distrito não aceitou nosso pedido.”
A polícia providenciou oito oficiais para proteger os cristãos no dia 28 de julho, mas suspendeu a operação no dia 5 de agosto.
Desde então os muçulmanos da aldeia de Durbachari começaram a capturar e arrastar todos os cristãos convertidos (apenas os homens) para uma mesquita a fim de se reconverterem ao islã, enquanto outros os forçavam a assinar ou recolhiam a impressão digital deles para o preenchimento de documentos oficiais.
No dia 26 de julho, segundo uma fonte local, os muçulmanos locais e missionários do Tabligh Jamat reuniram em um pátio alguns dos cristãos que tinham sido batizados em um rio no dia 12 de junho.
Usando um microfone, os muçulmanos ameaçaram com violência, caso eles não deixassem a nova fé para trás.
Os muçulmanos lhes perguntaram por que eles tinham se tornado cristãos e, furiosos, disseram que Bangladesh era um país muçulmano “onde você não pode mudar sua fé pela própria vontade”.
A ousadia de ser cristão
Eles disseram: “Como vocês ousam se tornarem cristãos em um país muçulmano?” . Depois do incidente, segundo a fonte, alguns crentes foram para a delegacia de polícia local em busca de proteção, mas a polícia não atendeu aos pedidos.
Os cristãos geralmente são trabalhadores por empreitada que precisam de novas oportunidades a cada dia para que possam alimentar suas famílias. Só que os aldeões muçulmanos estão retendo trabalho para eles, segundo fontes cristãs.
Os muçulmanos locais também estão destruindo as casas deles e levando itens de primeira necessidade das famílias.
“Algum deles deixaram a aldeia por medo”, disse uma fonte cristã. “Eles não podem pegar peixe no rio, comprar ou vender qualquer coisa nos mercados por causa da pressão de vizinhos.”
Oferta de dinheiro
Edward Ayub, um líder cristão de Bangladesh, disse que estava gravemente preocupado com as táticas usadas pelos muçulmanos, as quais chamou de “tirania social e religiosa.”
“Alguns cristãos mudam de fé por causa da pressão social, não do fundo de seus corações”, disse ele ao Compass.
“A conversão forçada não é o caminho para qualquer que seja a religião. É um abuso flagrante aos direitos religiosos e uma violação à Constituição de Bangladesh, onde está escrito que todo cidadão tem a liberdade para praticar ou mudar de religião”.
Outro líder cristão local, Albert Adhikari Hirak, disse que um clérigo muçulmano o questionou repetidamente e ameaçou Barek Ali, um motorista de 35 anos, “perguntando quanto dinheiro ele recebeu para se converter e exigindo que ele abandonasse a fé.
“Tento me reunir com os crentes, mas os muçulmanos locais estão vigiando todos os meus movimentos”, disse Barek. O motorista negou que tenha recebido incentivos monetários.
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