Autoridades muçulmanas condenaram o atentado que aconteceu na Mesquita do Profeta na cidade sagrada saudita de Medina na segunda-feira (4), a poucos dias do fim do Ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos.
O atentado de Medina, a segunda cidade sagrada do Islã, depois de Meca, ocorreu durante as orações do entardecer na Mesquita do Profeta, onde Maomé está enterrado.
Os seguranças suspeitaram de um homem que estava no estacionamento. Ao ver a aproximação dos agentes de segurança, ele detonou os explosivos que estavam no cinturão.
Os ataques não foram reivindicados, mas as suspeitas apontam para o grupo extremista Estado Islâmico (EI), que encorajou seus seguidores a lançar atentados durante o Ramadã. Nas últimas semanas, o grupo extremista reivindicou ou teve atribuídos massacres em Orlando, Istambul, Daca e Bagdá.
Indignação
Maomé passou os 10 últimos anos de sua vida em Medina, onde morreu no ano 632. A escolha da cidade como alvo provocou uma profunda indignação entre autoridades sunitas e xiitas, e também no Irã, o grande rival regional da Arábia Saudita.
A Al-Azhar, principal autoridade do Islã sunita, com sede no Cairo, condenou o atentado, e destacou "a santidade das casas de Deus, em particular a Mesquita do Profeta".
"Este crime, que deixa as pessoas de cabelo em pé, não pode ter sido lançado por alguém que tenha um átomo de fé no coração", disse Abdullah al Sheikh, chefe do principal órgão assessor da monarquia saudita.
Mesmo o governo do Irã, que mantém uma forte rivalidade com Riad manifestada nas guerras de Síria e Iêmen, também condenou o ataque.
"Os terroristas já não têm limites. Os sunitas e os xiitas continuarão sendo vítimas a menos que permaneçam unidos", comentou no Twitter o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif.
O movimento xiita libanês Hezbollah encarou no atentado de Medina "um novo sinal de desprezo dos terroristas por tudo que os muçulmanos consideram sagrado".
No Iraque, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ahmed Jamal, estimou que os atentados da Arábia Saudita "deixam em evidência a ideologia desviada" defendida por organizações como o Estado Islâmico.
"O terrorismo não faz distinções entre as religiões, os povos e os valores sagrados", declarou o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, cujo país sofreu muitos atentados no último ano.
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