Uma corte queniana considerou inocentes quatro missionários acusados de estimular a distribuição de panfletos anti-muçulmanos em um bairro pobre de Nairobi. O julgamento aconteceu no dia 9 último.
Os norte-americanos Andrew Saucier e Paul Garcia foram acusados juntamente com os quenianos Michael Otanga e Patrick Ngei. Os quatro foram acusados de distribuir panfletos que questionavam a legitimidade do islã e de usar palavras que poderiam ferir os sentimentos muçulmanos (leia mais).
A juíza Hellen Wasilwa disse que a promotoria não forneceu evidência suficiente.
"Os missionários pregavam e ensinavam a palavra de Deus para as crianças. Dentre os 4 mil panfletos distribuídos, apenas 300 eram supostamente ofensivos", disse ela.
Hellen Wasilwa disse que livros religiosos escritos por muçulmanos eram vendidos em livrarias e que nenhum cristão jamais atacou um muçulmano por questionar a validade do cristianismo.
"O Quênia é um país democrático que garante liberdade de culto, e a distribuição de panfletos, a meu ver, não configura incitamento à violência", disse a juíza.
Dezenas de homens da polícia anti-choque ficaram do lado de fora da corte.
Durante uma audiência, no mês passado, manifestantes muçulmanos atiraram pedras e a polícia anti-choque deu tiros para o alto para interromper os distúrbios. Um dia depois que os panfletos foram distribuídos no lado de fora de uma escola primária, em 17 de outubro, os muçulmanos protestaram do lado de fora da igreja batista a que os acusados são ligados.
Os muçulmanos representam cerca de um terço da população do Quênia, que é de cerca de 33 milhões de pessoas.
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