Um grupo de missionários cristãos brasileiros que foram ao Guiné-Bissau enviados pela Assembleia de Deus relatou que o golpe de estado aplicado pelos militares do país implicou em sérias dificuldades.
O golpe foi desencadeado no último Domingo, em meio à crise política que o país atravessa. O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Junior, assim como o presidente interino, Raimundo Pereira, foram detidos pelos militares e segundo agências de notícias internacionais, acredita-se que ambos estejam presos em um quartel.
Entre os missionários estão Isaac Martins, de 39 anos, e Estela Mônica Gimenez Falcão Martins, de 33 anos. Eles relataram estarem impedidos de abandonar o país, e com dificuldades para comprar alimentos e água.
Os planos dos missionários eram de ficarem no país uma semana, e depois rumarem para a Europa, onde desenvolveriam trabalhos missionários no continente. Segundo informações do site Gprime, os familiares estão cobrando intervenção do governo brasileiro.
O cunhado da missionária Estela Martins, Fábio Anderson da Silva, relatou o contato que conseguiu fazer através da internet, e afirmou que os militares invadiram o hotel em que eles estavam hospedados, e foram obrigados a deixar o local por serem estrangeiros.
Segundo Silva, o casal está agora abrigado em uma igreja: “Estão lá a irmã da minha esposa e o marido dela. Todos impedidos de circular nas ruas. E nós aqui estamos temendo pela vida deles. São militares com armas em punho, dominando as ruas. Eles estão com pouca água e comida. Até tem serviço de telefone e internet, mas é muito precário. Não sabemos quando vamos conseguir falar com eles novamente. É uma situação bastante séria e queremos o apoio do governo para resolver”.
A agência missionária Ágape divulgou cartas de apelo, escritas por missionários que estão na Guiné Bissau, pedindo orações. Abaixo a reprodução de uma das cartas, escrita pela família missionária Sousa:
“Amigos, estamos escrevendo para cada um de vocês para pedir oração. Ontem, pela noite, rebentou um golpe de Estado na Guiné Bissau, haviam tiros por todo o lado, muita confusão, muito medo, as pessoas fugindo na rua com medo, saindo para fora da cidade. As coisas estavam muito tensas, durante a noite acalmaram, mas hoje pela manhã voltaram a ficar tensas.
Amigos, podemos ficar a qualquer momento sem internet. Neste momento chegou aqui a notícia que as coisas pioraram mais e que os militares estão divididos entre eles, o que pode provocar uma guerra mesmo.
Podemos ficar a qualquer momento sem internet, já não temos rádio, TV e os telefones estão quase sem linha.
Estamos tentando comprar comida (o mais básico) para podermos ter o mínimo…
POR FAVOR, OREM POR NÓS, OREM PELA GUINÉ BISSAU.
Só Jesus pode agir e mudar esta situação.
Familia Sousa na Guiné-Bissau”
O pastor e deputado federal Marco Feliciano publicou em seu site pessoal a informação de que fez contato com Icherwo Ndjai, Cônsul da Guiné Bissau no Brasil, para esclarecer a informação de que os missionários estariam impedidos de deixar o país.
Segundo Feliciano, o Cônsul informou que não há “notícia de prisão de missionários e que a transição de governo foi pacífica e que apenas foi decretado toque de recolher visando a segurança da população”.
O deputado ressaltou que Njai se colocou à disposição do governo brasileiro para maiores esclarecimentos sobre a questão.
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