Em 21 de maio, uma coalizão de rebeldes tuaregues invadiu o território das forças do exército do Mali após um intenso combate pelo controle de Kidal, uma das maiores cidades do norte do país. O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários afirma que cerca de 4 mil pessoas foram deslocadas por causa da violência.
O conflito seguiu a visita, em 17 de maio, do primeiro-ministro do Mali, Moussa Mara, para Kidal. Mara é uma figura significativa para os esforços separatistas tuaregues.
Há relatos de que combatentes tuaregues também tomaram o controle das cidades de Meneka, Aguelhok, Anefis e Tessalit, ao longo do norte do país.
Em 23 de maio, rebeldes concordaram com um cessar-fogo intermediado por Mohamed Ould Abdel Aziz, presidente da União Africana.
O conflito é um poderoso lembrete da violência separatista tuaregue, que precipitou um golpe do governo nacional. Por quase um ano, grupos armados islâmicos governaram o norte, proibindo outras religiões e saqueando igrejas e outras casas de culto. Milhares de pessoas, incluindo muitos cristãos, fugiram para o sul do Mali ou para países vizinhos, como Nigéria e Burkina Faso.
Para o pastor Mohamed Ag Moussa Yattara, é como se a história estivesse se repetindo. Ele se lembra do dia, em abril de 2012, quando Timbuktu, uma importante capital regional do norte, caiu nas mãos dos rebeldes.
Conforme a ameaça se intensificou, Yattara organizou a fuga de 100 membros de sua igreja. Ele mais tarde conseguiu chegar a Bamako, a capital do país, após uma viagem de 700 quilômetros por vários meios de transporte e a pé. Em janeiro de 2013, tropas francesas retomaram o controle da região.
"Na cidade de Aguelhok, no extremo nordeste, lar de cerca de 30 cristãos, a maioria deles militares, a situação é preocupante", contou o pastor Samuel Guindo ao World Watch Monitor. ''Esta comunidade é liderada por um oficial do exército. Eles se reúnem todos os domingos no acampamento. No mês passado, nós enviamos a eles 24 exemplares de Bíblias em francês e alguns hinos. Mas nós descobrimos que os quartéis estão cercados por rebeldes tuaregues, e teme-se que eles possam enfrentar uma escassez de alimentos em breve.''
Situada perto da fronteira da Argélia, Aguelhok tem uma forte ligação com a rebelião, por ser o local onde cerca de 100 soldados desarmados do Mali foram mortos, em janeiro de 2012, por rebeldes tuaregues e militantes suspeitos de estarem ligados à Al Qaeda.
Em 2013, o Mali foi classificado como o sétimo país onde os cristãos são mais perseguidos. Em 2014, ele apareceu na 33ª posição da Classificação da Perseguição Religiosa.
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