Bruxelas, 29 ago (EFE).- O presidente do grupo Socialista no Parlamento Europeu, Martin Schulz, reprovou hoje a chanceler alemã, Angela Merkel, por ter defendido a inclusão de uma referência ao cristianismo no projeto da Constituição da União Eropéia (UE).
“A declaração da chanceler põe em questão mais uma vez um compromisso que já foi suficientemente difícil de alcançar. Não ajuda que se reabra um debate que já tinha sido encerrado”, disse Schulz em comunicado.
“É importante defender a substância da Constituição em sua forma atual. Uma nova discussão sobre a incorporação dos valores cristãos resultaria um lastro desnecessário para as próximas negociações” sobre o projeto constitucional, acrescentou o líder dos socialistas na Eurocâmara.
Após se reunir nesta segunda-feira com o Papa Bento XVI em Castelgandolfo (sul de Roma), Merkel defendeu uma “referência às raízes religiosas da Europa” no texto do Tratado Constitucional, indicando que “o cristianismo formou a Europa de maneira decisiva”.
Schulz transmitirá um “protesto pessoal” à chanceler por estas declarações quando os dois se reunirem hoje para preparar a Presidência comunitária de turno que a Alemanha exercerá no primeiro semestre de 2007.
A UE deve viver nesse semestre o clima de incerteza sobre o projeto de Constituição Européia, rejeitado em plebiscito por França e Alemanha, mas já ratificado por 15 dos 25 Estados-membros.
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