No trajeto da escola para casa no dia 7 de novembro, o menino paquistanês de 15 anos, Zeeshan Gill foi seqüestrado por Amjad Warriach, um eletricista. Amjad o levou a uma madrassa (escola do Alcorão), onde ele foi forçado a recitar o credo islâmico, enquanto era tratado com violência. Depois disso, foi-lhe dito que ele acabara de se tornar um muçulmano. Se ele tentasse fugir ou se reconverter ao cristianismo, eles o matariam.
Como eles estavam no período do Ramadã, seus seqüestradores o forçaram a jejuar todos os dias. Além disso, Zeeshan recebeu instrução de como usar rifles, pistolas e granadas de mão.
Sua mãe, Razia, uma viúva que trabalha no hospital local de Sargodha, começou a procurar por Zeeshan. No terceiro dia, ela descobriu que o filho estava sendo mantido na mesquita de Jamai. Ela consultou um advogado que, com um oficial de justiça, fez uma visita a Zeeshan. Ele lhes disse que havia se convertido ao islamismo e que não queria voltar à sua mãe.
Pelo fato de Zeeshan parecer assustado e ter sido evidentemente forçado a fazer aquela declaração, o oficial de justiça intimou o clérigo muçulmano, Maulvi Sohail, a comparecer ao tribunal no dia 14 de novembro. Entretanto, no tribunal, o menino declarou novamente que havia se convertido ao islamismo por livre e espontânea vontade e que voltaria para a mãe somente se ela também se tornasse muçulmana. A mãe Razia pediu que o juiz lhe desse permissão para falar com Zeeshan em particular, mas o juiz não considerou que isso fosse útil, porque o menino estava supersensível.
Apesar do fato do menino ser menor de idade, ele tinha o direito de se converter a outra religião (neste caso ao islamismo). A mãe não podia fazer nada para evitar, de acordo com o juiz.
No dia 20 de novembro, Zeeshan foi acompanhado até sua casa para pegar suas roupas. No dia 24 de novembro, ele foi novamente até sua casa, desta vez para se despedir. Ele disse que seus instrutores queriam mandá-lo para Rawind, onde poderia receber treinamento para ser mandado de lá para a Caxemira para a jihad (guerra santa).
Junto com seus outros filhos, Razia conseguiu fugir com Zeeshan para a casa de um membro da família em outra cidade. Lá ela foi colocada em contato com o Centro de Assistência Legal de Conciliação, uma organização de direitos humanos, que está agora tratando do seu caso.
De acordo com vizinhos da mãe de Zeeshan que, como viúva tem também de sustentar a família, tem pouco tempo para criar seus dois filhos. Zeeshan era especialmente problemático. Ele andava com uma faca e certa vez tentou estrangular a mãe porque ela não lhe dera uma moto.
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