A revista Veja desta semana publicou matéria sobre a situação atual da menina Marcela de Jesus, que nasceu anencéfala (sem cérebro). Cacilda Gallante Ferreira, mãe da criança de nove meses, garantiu que entregou a menina a Deus logo após o nascimento em Patrocínio Paulista, interior de São Paulo. Cacilda descobriu o problema do bebê quando ainda estava grávida de quatro meses, mas, mesmo assim, preferiu dar à luz.

Marcela resiste graças às funções básicas mantidas pelo tronco encefálico, composto por fibras nervosas, única estrutura do sistema nervoso que a criança possui.

O caso é considerado pelos especialistas como raro. Normalmente, segundo eles, um bebê anencéfalo sobrevive por três semanas no máximo. Apesar disso, os médicos afirmam que a menina vai morrer. Segundo o geneticista Thomaz Gollop, do Hospital Albert Einstein, é impossível prever quanto tempo o organismo de Marcela vai resistir. “A deformidade é letal e não há escapatória”, decretou.

Católica, Cacilda disse que os nove meses de vida da menina já são um milagre de Deus. A família continua esperançosa. “Minha filha é muito carinhosa. As pessoas ficam tão encantadas com ela que não ligam para o tamanho da sua cabecinha”, afirmou a mãe em entrevista à Veja.

A anencefalia é uma malformação congênita que faz com que o bebê nasça sem cérebro. Isso provoca a ausência dos cinco sentidos e também das emoções. Apesar de não estar previsto no Código Penal, a maioria dos juízes concede, hoje, alvarás para a interrupção desse tipo de gravidez.