Apesar das pressões, Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica, garante que os personagens masculinos como
Cebolinha, Cascão, Chico Bento e outros não aparecerão usando roupa cor-de-rosa nem brincando de boneca.
“Não posso mudar o comportamento dos nossos personagens com novas bandeiras, novas tendências, novas ideologias, e arrebentar toda a nossa história”, explicou o artista em uma entrevista à Folha de São Paulo.
Ao mesmo tempo, ele admite que algumas mudanças comportamentais já foram inseridas em suas histórias mais recente. Por exemplo, Chico Bento não solta mais balões típicos de festas de São João e Cebolinha não picha mais o muro para provocar a Mônica.
“Se é uma bandeira que estão levantando agora, nós não devemos levantar junto. Se é uma bandeira que já foi empunhada pela sociedade, daí nós temos de estar lá”, justifica o empresário que viu seus personagens ganhando o mundo. Não haverá nas histórias em quadrinhos da sua produtora situações que tentem discutir a escolha do gênero independentemente do sexo de nascença.
Maurício tem consciência de que seu trabalho também tem uma função educativo. “Eu me coloco como um criador com um nível de cultura que tende para um conservadorismo. Não somos ignorantes, estou observando. Mas há uma preocupação com a vida de um grande estúdio, onde hoje trabalham muitos artistas”, assegura.
Para ele, não se trata de uma decisão comercial, mas “filosófica”. “É um conservadorismo vivo e atento, pronto para entrar em transformações assim que a sociedade aceitá-las [as mudanças]”, encerra.
No passado, algumas historinhas da Turma da Mônica geraram polêmicas. Foi o caso, em 2009, onde um personagem da revista “Tina”, deu a entender que era gay. Mais recentemente, em uma edição da Mônica Jovem, a personagem principal usava o bordão feminista “meu corpo, minhas regras”.
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