O mês de agosto de 2009 marca um ano da violência contra os cristãos em Orissa. Depois dos ataques, colaboradores da Portas Abertas visitaram algumas pessoas e ouviram seus relatos sobre a violência. Abaixo, segue um testemunho de um desses nossos irmãos que sofreram por causa de sua fé. Confira também, em breve, a nossa nova página especial sobre a Índia um ano após os ataques.
Mary Nayak vivia feliz em Kandhamal, Orissa, com seu marido, que é pastor, e seus dois filhos. Um domingo, após o culto, uma multidão com 700 a 800 pessoas chegou repentinamente em seu vilarejo, gritando. Logo começaram a atacar os cristãos. O marido de Mary e outros cristãos que estavam com ele nos arredores da igreja foram forçados a fugir e procurar abrigo na floresta.
Antes que os cristãos tivessem chance de ajudar seus familiares a fugir, a multidão chegou à casa de Mary. Mary e seus filhos escaparam por pouco, e foram para a floresta, onde encontraram com seu marido e pai. A família ficou na floresta por três dias, sem alimento, antes de retornar para casa.
Alguns dias mais tarde, as mulheres da igreja se reuniram para jejuar e orar sobre a recente perseguição em seu vilarejo. Logo após o início da reunião, cerca de 20 pessoas se reuniram e começaram a atirar grandes pedras contra as mulheres. Mary foi atingida nas costas e caiu no chão. Os agressores chutaram e bateram, parando somente quando pensaram que ela estivesse morta.
Quando o marido de Mary ficou sabendo do ataque, correu imediatamente para o local e viu a esposa caída na rua. Ele a levou para casa e foi à procura de ajuda médica, mas os agressores o alcançaram. Para salvar sua vida, ele correu em outra direção.
Algum tempo depois, o pastor conseguiu voltar para casa e encontrou Mary consciente. Eles oraram juntos antes de deixar o distrito de Koraput em busca de ajuda médica. Deixando tudo para trás, partiram de Kandhamal somente com a roupa do corpo e uma soma mínima em dinheiro.
A caminho do médico, eles viram cristãos com suas casas em chamas, pessoas correndo por todos os lados. Mas Deus os protegeu em todo o tempo. Era difícil saber quem era amigo e quem não era. Como Mary não conseguia andar, o marido e os filhos a carregaram até a estação de trem.
Um homem viu a família e perguntou o que havia acontecido. Eles lhe contaram tudo rapidamente, e o homem trouxe roupa e comida, e deu também algum dinheiro para cobrir as suas necessidades mais urgentes e as despesas médicas. Eles ficaram em Koraput por alguns dias, sem receber mais ajuda.
Sem que sua situação melhorasse em Kandhamal, a família decidiu se mudar para Jagadalpur (Estado de Chhattisgarh), próximo a Orissa. Lá, com a ajuda da Igreja e alguns amigos da família eles sobreviveram por alguns dias.
Foi em Jagadalpur que a Portas Abertas entrou em contato com a família de Mary durante um seminário. A primeira coisa feita foi levar Mary para um bom hospital, onde ela pudesse receber um tratamento melhor.
Agora, Mary está se recuperando. Quando a Portas Abertas falou com os médicos, eles sugeriram que Mary deveria fazer terapia para o trauma e, com o tempo, voltaria a ficar bem novamente. Na época dessa entrevista, eles ainda não tinham uma fonte de renda e estavam preocupados com seus filhos, que não iam à escola devido à falta de recursos. A família alugou um quarto com a ajuda da Igreja, mas não sabem por quanto tempo poderão viver ali.
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