O Brasil possui 51 milhões de jovens entre 15 e 29 anos. Os dados são de uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do Ministério do Planejamento, que ainda revela a baixa escolaridade, o desemprego e a miséria que afetam os jovens brasileiros. Os ministérios que trabalham com esta faixa etária nas igrejas precisam estar preparados ajudar esses milhares de jovens e adolescentes expostos a problemas sociais, familiares e psíquicos. O recém lançado Manual de Primeiros Socorros para Ministério com Jovens e Adolescentes traz orientações como a importância de ouvir e ser sincero com a vítima de uma circunstância dolorosa. Situações como perda de entes queridos, depressão, vícios, divórcios dos pais, abuso, conflitos na família e problemas na escola são tratadas a partir da necessidade de melhor compreender a circunstância para respondê-la de forma cristã, bíblica e contextual.
O grupo também é valorizado como parte do processo de cura. A companhia e apoio dos jovens com quem vai à igreja, convive e se diverte é essencial para a superação de problemas. Assim, para cada tema, há dicas que esclarecem como o líder pode estimular a participação e quais as principais ações que os colegas podem fazer por aquele que vive um momento de dor.
Para facilitar a consulta, os temas são identificados no índice. Cada capítulo traz depoimento de um jovem ou adolescente que viveu a situação, noções básicas sobre o assunto, cuidados que devem ser oferecidos, lista de passagens bíblicas, indicações de sites e literatura, dicas do que não dizer o do que dizer e orientações sobre a busca de ajuda profissional. Os jovens e adolescentes são o primeiro tema da série Manual de Primeiros Socorros para Ministério, que nas próximas edições tratará de crianças, mulheres e pequenos grupos.
Dados sobre a juventude: “para refletir”
O contexto em que vive o jovem brasileiro também deve ser considerado pela liderança de ministérios e das igrejas. Os dados do IPEA revelam baixa escolaridade, desemprego e miséria como problemas que afetam grande parte dos jovens brasileiros. A assistente social evangélica Franqueline Terto, de Alagoas, atua em políticas públicas de juventude na Rede FALE e considera os dados “preocupantes”. Como jovem, acredita que as informações são “para refletir sobre o nosso futuro”.
Os dados abaixo foram selecionados e divulgados em artigo do diretor-presidente do IPEA, economista Marcio Pochman, no jornal Valor Econômico:
– Há 51 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos.
– 66% deles estão fora de salas de aula.
– Apenas 13% deles estão cursando curso superior.
– Apenas 48% dos que têm 17 e 18 anos estão estudando no Ensino Médio.
– A principal causa alegada para não estar estudando, entre os homens é ter que trabalhar para ajudar a família; entre as mulheres, a gravidez.
– 46% deles estão desempregados.
– E 50% dos 54% que estão empregados trabalham sem carteira assinada. Ou seja, do total de jovens, apenas 27% têm emprego com carteira assinada, e por tanto direitos trabalhistas e previdenciários. O que no futuro lhes trará muitos problemas.
– 31% de todos eles podem ser considerados miseráveis, pois possuem renda per capita inferior a meio salário mínimo.
– 70% dos jovens considerados pobres, são negros.
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