Mandados de prisão foram emitidos por uma suprema corte provincial do sul do Paquistão, contra dois oficiais de polícia de Karachi, processados por desobediência à corte.
O vice-superintendente de polícia, Qasim Ghori, e o inspetor Tasarrud Mumtaz Mehmood, da Agência de Investigação Criminal (CIA), não compareceram ontem ante a banca de divisão especial da Suprema Corte de Sindh, para uma audiência de seu caso.
Nos mandados de prisão emitidos, os juízes Shabbir Ahmed e Mohammed Sadiq Leghari estabeleceram uma fiança de 100 mil rúpias (1.665 dólares) para cada um dos oficiais acusados.
As acusações foram feitas contra Qasim e Tasarrud por eles terem tratado com grosseria vários advogados e por terem afastado o cliente cristão da área da Suprema Corte de Sindh, em 22 de outubro de 2002. As ações dos policiais desprezaram as ordens específicas da corte, emitidas alguns minutos antes, de libertar o prisioneiro cristão da "detenção policial ilegal".
O caso constitui um raro desafio legal contra membros das agências de inteligência do Paquistão, com dois de seus oficiais acusados de comportamento impróprio durante as investigações da polícia de segurança em um ataque terrorista contra uma organização de bem-estar social cristã, há dois anos atrás. Sete cristãos foram baleados e mortos no massacre ainda não resolvido, ocorrido nos escritórios do Instituto de Paz e Justiça (IPJ) no centro de Karachi, em setembro de 2002.
Em uma audiência inicial do caso, no começo de setembro, os dois policiais ofereceram suas "desculpas incondicionais" pelo incidente, afirmando que eles agiam "pela proteção de Robin Piranditta".
Robin, o único sobrevivente cristão ferido no ataque, foi preso na cena do crime pela polícia e mantido sob a chamada "custódia de proteção" por quatro semanas no centro da CIA, em Karachi.
Apesar de a polícia ter tentado nomeá-lo como suspeito chave e cúmplice dos tiros, os veredictos da corte suprema declaram que Robin sofreu "severa tortura física e mental" enquanto estava sob custódia, sem nenhuma evidência de sua cumplicidade no crime.
Qasim e Tasarrud são acusados de desobedecerem às ordens da corte que ordenavam a libertação de Robin, que foi, ao invés disso, seqüestrado pelos policiais nos territórios da corte à força. Quando seus advogados tentaram intervir, estes mesmos foram ofendidos e tiveram suas roupas rasgadas pelos policiais. A essa hora, Robin havia sido tão severamente torturado que ele mal podia andar.
"Assim que ele veio para fora da corte, os policiais tomaram posse dele, atiraram-no em uma van e viajaram, de acordo com as petições", o jornal Dawn afirmou, relembrando o incidente testemunhado por uns cinqüenta repórteres da imprensa e fotógrafos, há dois anos atrás.
Depois de altas pressões terem sido executadas, mais tarde naquela noite, os policiais foram, no fim das contas, obrigados a libertar Robin. Mas ele e sua família continuaram sob estrita vigilância da polícia até um ano atrás e ele, desde então, tem se mantido escondido.
Inexplicavelmente, as famílias das sete vítimas também continuam a receber ligações anônimas, ameaças e perturbações da polícia, levando uma viúva a fugir com seu filho para outra província.
O governo finalmente doou uma simbólica compensação financeira às sete famílias das vítimas. "Mas dinheiro não é tudo", uma jovem viúva disse a Compass. no começo de setembro, limpando seus olhos. "Justiça é o que precisamos e não conseguimos justiça nesse país".
Casada há apenas nove meses e grávida de poucos meses quando seu marido Kamran foi morto no ataque do IPJ, Safia Anjum tem agora um filho de 16 meses, Salomão. "Ele é uma cópia de seu pai", ela disse, tentando sorrir através de suas lágrimas. "Mas não há futuro para nós aqui. Como eu posso lutar sozinha?".
De acordo com a advogada Noor Naz Agha - que está entre os quatro advogados de direitos humanos envolvidos no caso - os oficiais de polícia, colocados em julgamento por abandono de dever, são normalmente suspensos, uma vez que as acusações atuais são forjadas contra eles na corte. "Então eu acho que eles podem ser suspensos agora, já que os juízes estabeleceram toda essa fiança", ela disse a Compass hoje.
Noor expressou confiança de que ela e seus três colegas iriam ganhar esse caso. "Nós temos juízes honestos e os policiais cometeram desobediência", ela disse. "Então isso foi levado seriamente em conta e uma banca de divisão especial está ouvindo o caso".
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