Cinco semanas após sua detenção haver desencadeado uma grande repressão contra os egípcios convertidos ao cristianismo, Miriam Girguis Makar foi mandada de volta para a Prisão Feminina de El-Kanater por mais 15 dias.
Casada e mãe de duas filhas, Miriam, 30, foi acusada pelos investigadores da polícia de segurança de falsificar documentos de identidade cristãos para si e para outros ex-muçulmanos. Quando levada à presença do promotor do Estado no dia 20 de novembro, ela foi mandada de volta para a cadeia até o dia 5 de dezembro.
Pelo menos outros 22 cristãos, alguns convertidos do islamismo e outros de ascendência copta, foram detidos e interrogados na dura repressão que se seguiu à detenção de Miriam. Um convertido morreu enquanto estava sob custódia policial, e os outros enfrentam o processo legal.
De acordo com a lei egípcia, os muçulmanos não têm permissão para mudar a identidade religiosa para qualquer outra fé, apesar dos cristão terem liberdade para se converterem oficialmente ao islamismo.
Procedente de família muçulmana devota, Miriam converteu-se a Cristo há mais de sete anos enquanto morava no Cairo. Depois que seu marido também tornou-se um cristão batizado, eles decidiram em 1999 mudar secretamente suas identidades religiosas e mudar-se para Alexandria. Lá eles se filiaram a uma igreja, coloram as filhas numa escola cristã, e ele encontrou trabalho no hospital local.
Ninguém na outra cidade sabia que o nome original de Miriam havia sido Sahar El-Sayed Ghany, ou que o nome do marido fora Mohammed Ahmed Iman Kordy.
Mas no dia 20 de outubro à tarde, Miriam foi detida por quatro policiais em trajes civis em sua casa em Alexandria diante das filhas Marina, 13, e Sara, 12. Os oficiais não apresentaram ordem judicial do promotor público, como manda a lei egípcia.
Quando o marido, Yusuf Samuel Makari Suliman, 42, foi convocado a ir à delegacia de polícia para assinar a libertação dela, foi também detido, e os dois transferidos para o Quartel de Investigação dos Assuntos Civis, no Cairo.
O casal ficou sabendo depois que vários pessoas, incluindo empregados do departamento de registros civis, haviam sido presos dias antes sob suspeita de ajudar ex-muçulmanos a mudar os documentos de identidade cristãos. Durante os pesados interrogatórios, os investigadores descobriram o nome de Miriam Makar.
De acordo com Yusuf, os dois foram mantidos separados um do outro em celas solitárias pelos três dias seguintes e submetidos a repetidos interrogatórios, espancamentos e insultos. As condições lá eram muito ruins, disse ele a Portas Abertas, e às vezes fomos muito maltratados e insultados na frente um do outro.
Ela foi torturada mais do que eu, declarou Yusuf. Mas ele nega as informações de que sua esposa tenha sido sexualmente molestada lá ou na delegacia de polícia de El-Mosky do Cairo, onde foram mantidos depois.
Miriam disse que as autoridades estavam tentando forçá-los a confessar quem os havia convencido a mudar suas crenças e depois a ajudá-los conseguir as novas identidades cristãs. Mas eles não tentaram nos convencer a voltar para o islamismo, disse ele. Eles sabem a verdade, que nós não vamos voltar.
De acordo com um dos convertidos soltos, que falou a Portas Abertas, um dos homens detidos com eles na delegacia de polícia El-Mosky morreu no dia 25 ou 26 de outubro.
O morto foi identificado como sendo Issam Abdul Fathr Mohammed, ex-muçulmano de seus 40 anos que trabalhava no escritório do Departamento de Registros Civis em Azbakeya.
Sabe-se que o convertido morto sofria de diabetes e outras doenças, e que foi gravemente espancado junto com outros presos após a detenção. Ele foi levado da delegacia de polícia numa ambulância, disse a fonte, que ficou sabendo que ele morreu no dia seguinte no hospital.
Ele sabia que tinha de ir à Segurança do Estado para ser interrogado no dia seguinte, disse a fonte, e ele estava com muito, muito medo.
A maior parte dos outros detidos foi liberada uma semana após a morte de Fathr, apesar de ainda haver acusações pendentes contra eles. Cada suspeito pagou uma fiança de 100 a 500 libras egípcias (16 a 81 dólares). Yusuf foi libertado no dia 1º de novembro, disse ele.
Três dos acusados, identificados como Samir Sa'ad, Sayed Abdel Afyfy e Aziz Zakhary Armanios, ficaram detidos em El-Mosky, e Miriam e uma mulher chamada Reda Zaghoul foram mandadas para a Prisão Feminina de El-Kanater.
No dia 22 de novembro, Zaghoul e três homens foram libertados pelo promotor público, que exigiu uma fiança de 2.000 libras egípcias (325 dólares) por pessoa.
As filhas do casal encontraram-se com o pai no dia 13 de novembro, quase duas semanas depois que ele foi solto e escondeu-se temporariamente. Ele e as filhas, ao que se sabe, tiveram permissão para visitar Miriam rapidamente duas vezes por semana na prisão.
Yusuf disse que não percebeu qualquer vigilância da polícia desde que voltou com as filhas para ficar na casa da família em Alexandria. Estamos indo aos cultos, disse Yusuf a Portas Abertas. Não podemos voltar para o islamismo.
Eu segurei nas mãos de Jesus, e não posso largá-la e retroceder.
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