Personalidades da mídia e artistas em geral manifestaram, nas redes sociais, sua postura contrária à indicação do pastor Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), e pediram a retirada dele do cargo.
O principal motivo das manifestações são as polêmicas declarações sobre a África, homossexualidade e AIDS, tidas como homofóbicas e racistas pelos contrários à sua indicação para o cargo.
A primeira a se manifestar contrariamente foi a apresentadora Xuxa, que chamou Feliciano de “monstro”. Na sequência, outros artistas também expressaram contrariedade: “Pastor Marco Feliciano a democracia vai tirá-lo deste cargo! Lembre-se disso! Nós vamos tirá-lo daí! O senhor não representa nem os evangélicos”, escreveu o vocalista Tico Santa Cruz em seu perfil no Twitter.
Já Luciano Huck, apresentador global, também se manifestou contra Feliciano, de forma indireta: “Se o conclave papal seguir a lógica do Congresso Brasileiro para eleger seus presidentes de comissões, é capaz do Ahmadinejad virar Papa”, escreveu, fazendo referência ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que é muçulmano.
Gaby Amarantos, cantora, disse estar revoltada com a origem das acusações: “Andei lendo algumas declarações do Pr Feliciano e custo acreditar que existem pessoas que pensem assim, ele diz q ser negro é azar, só um ex. Desculpa amores mas estou tão revoltada com essa situação de termos esse pastor homofóbico e racista presidindo a CDH q nem dei amor vocês… A questão vai além da religião, se trata do revermos muita coisa nesse país. Fora Feliciano. ‘Amai-vos uns aos outros’ simples assim!”.
O ator Sérgio Marone retransmitiu uma mensagem que criticava a indicação de Feliciano: “Concordo! ‘É lamentável a nomeação do deputado Marco Feliciano para presidir a CDDH da Câmara. Este parlamentar não representa, com suas ideias, os Direitos Humanos. É um acinte ao Congresso e ao povo brasileiro. A homofobia e o racismo devem ser tratados como crimes’”, publicou.
Aguinaldo Silva, autor de novelas, adotou tom mais ponderado, porém também se posicionou contra a indicação de Feliciano: “Não quero condenar ninguém. Mas sei que existem evangélicos muito mais capacitados a ocupar o posto dado ao Pastor Marcos Feliciano. O problema do Pastor Marcos Feliciano não e ele ser evangélico: é ter opiniões que se chocam com a comissão que trata dos direitos humanos”, escreveu.
Marcelo Tas, que organizou uma petição contra o pastor antes da votação que o definiu como presidente da CDHM, publicou no Twitter uma crítica à escolha dos parlamentares: “Semana histórica no DF. Quem diz que Congresso é latrina é desatualizado. O buraco é mais embaixo. A coisa fede muito mais. PT: explique a barganha política que leva o pastor Marco Feliciano à presidência da Comissão dos Direitos Humanos”, questionou.
O próprio Tas publicou em seu blog a lista de deputados que votaram a favor da indicação de Feliciano: “A beleza da democracia é podermos debater e esclarecer quem é quem. Você que acompanhou aqui no blog, desde o início, a minha opinião da inadequação do deputado e pastor Marco Feliciano, um desequilibrado mental, para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias no Congresso, pode agora conhecer quem o elegeu para tal cargo”. Na lista, há parlamentares do PSC, PSD, PV, PTB, PDT, PR e PSL.
O pastor Rubens Teixeira, colunista do Gospel+, voltou a falar sobre as críticas contra Marco Feliciano e levantou dois pontos a respeito do tema, questionando a origem das acusações. Em seu primeiro texto, falava sobre “uma tentativa de impor uma ditadura contra o pensamento cristão, fortalecido pelo crescimento evangélico”.
“Percebi que os ataques ao deputado Marco Feliciano fundamentam-se basicamente em dois pilares: acusam-no de racista e homofóbico. Fui atrás das razões destas denúncias para saber se definitivamente são fundamentadas. A acusação de racista reside no fato de ele ter citado uma corrente de pensamento em que Cão, filho de Noé, teria sido amaldiçoado e foi para a África. Por conta disso, aquele continente é tão sofrido. Particularmente, discordo desta corrente e até acho que o deputado deve ter cometido um ato falho ao referir-se a ela”, pontuou Teixeira.
O segundo ponto analisado pelo pastor está ligado à questão da acusação de homofobia: “Não consegui encontrar nada que justificasse esta declaração, aliás, alcunha dada a todos que dizem que a prática homossexual é pecado. A Bíblia diz que vários atos, ligados à área sexual, comumente praticados na sociedade, são pecados. Dentre eles o adultério, a fornicação (sexo antes do casamento), o homossexualismo, e até a cobiça sexual, mesmo sem a prática do ato. O fato de a Bíblia dizer que é pecado e as igrejas cristãs pregarem isso, não significa que pessoas que adulteram, que fornicam, que cobiçam, ou mesmo que praticam a homossexualidade sejam odiadas, desrespeitadas ou mal quistas”, contextualizou Rubens Teixeira.
Acesse a íntegra do artigo do pastor Rubens Teixeira neste link.
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