Inicialmente acusado de colaborar com a ditadura na Argentina (1976-1983), o cardeal católico Jorge Mario Bergoglio é o tema de um livro que será publicado na Itália, contando suas ações durante o Regime Militar em seu país.
À época de sua eleição para o pontificado à frente da Igreja Católica, surgiram denúncias de que o agora papa Francisco teria colaborado com militares, entregando a localização de perseguidos pelo regime que haviam se tornado fugitivos.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, uma das reações iniciais contrárias a essa tese foi a do vencedor do prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, que se manifestou de forma contundente sobre o assunto, e acabou influenciando uma busca por informações que esclarecesse o tema.
O jornalista italiano Nello Scavo fez uma investigação minuciosa sobre o caso, segundo informações da imprensa italiana, e afirma em seu livro que Bergoglio possuía uma rede de contatos que eram mobilizados para ajudar diretamente opositores ao Regime Militar.
Com essa rede, Bergoglio ajudava os fugitivos a se esconderem ou a conseguirem sair do país. Os contatos que ajudavam o jesuíta não sabiam uns dos outros, diz o livro.
“Nenhum dos que pertenciam ao sistema Bergoglio sabiam que faziam parte deste. Cada um fazia um favor preciso ao chefe dos jesuítas: um disponibilizava uma cama durante algumas noites, outro ajudava com uma viagem de automóvel e outro comprava passagens de avião ou navio”, explica o jornalista Scavo.
O livro será lançado em outubro na Itália e ainda não tem data para ser traduzido e lançado em português.
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