O grande encontro do Papa com os jovens do mundo em Sydney (Austrália) em 2008
Deixar atrás «ídolos» e adorar o único e verdadeiro Deus, em quem os corações descansam seguros: é a proposta para todos que peregrinam «virtualmente» para Sydney (Austrália), diocese anfitriã da Jornada Mundial da Juventude 2008 (JMJ).
Novo instrumento nas JMJ para chegar aos jovens peregrinos e preparar-lhes para o grande encontro de fé e festa com o Papa, e-PEREGRINAÇÃO («e.PILGRIMAGE») ou peregrinação «on-line» aborda este mês a diferença entre adoração e idolatria, aprofundando no Primeiro Mandamento da Lei de Deus.
Como observa em sua «Mensagem de Esperança» o bispo Anthony Fisher – coordenador da JMJ 2008 –, em algum site da Internet «se acusava a JMJ de promover a idolatria» e se criticavam «ações de pessoas ajoelhando-se ou inclinando-se a cabeça, tocando ou beijando, rezando ou chorando ante a Cruz da Jornada Mundial da Juventude» qualificando-as como «contrárias ao Primeiro Mandamento».
«A veneração do Ícone de Nossa Senhora e do Menino Jesus, as relíquias dos santos ou a adoração do Santíssimo Sacramento fora da Santa Missa, é provável que sejam práticas que pareçam estranhas para alguns», mas «os católicos crêem em um único e verdadeiro Deus», responde o prelado australiano.
A e-PEREGRINAÇÃO gira, portanto, em torno do tema «Eu sou o senhor teu Deus» (Ex 20, 2). «Existe um só Deus, a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. Nenhuma outra pessoa, nenhuma outra idéia, nenhuma outra coisa merece nossa adoração. Nenhuma outra pessoa, nenhuma outra idéia, nenhuma outra coisa tem poderes divinos», sublinha Dom Fisher em sua carta aos jovens.
E explica o Primeiro Mandamento: «Não devemos pôr outros deuses na frente do único Deus. Nem ídolos, nem superstições, nem magia. Nem dinheiro, nem carreira, nem a própria pessoa. Nem o lindo corpo, nem a comodidade, nem os vícios. Nem ainda nossas boas relações e projetos. Deus deve ser sempre o primeiro para nós».
O prelado confirma que, tendo claro este mandamento, podemos amar o cônjuge, família, amigos, Igreja, Criação, projetos, enfim, todas estas coisas boas «com maior profundidade, ao entender que é um só Deus quem está por trás de tudo isso. Que é Todo-Poderoso, todo Sabedoria e todo Amor».
«Ele nos dá todas estas coisas boas para fazer-nos felizes e para levar-nos a Ele», afirma.
Dom Fisher alerta sobre a facilidade de sair deste caminho e «começar a pôr outras coisas ao invés do que realmente importa»: «o prazer nos pode convidar a tomar atalhos curtos para a felicidade» ou talvez «a dor nos peça para escapar».
«A Cruz e o Ícone estão ali precisamente para recordar-nos o que é o que realmente importa – aponta. São como megafones que penetram em nosso mundo privado. ‘Escuta-me’, dizem. ‘Põe tuas prioridades em seu lugar. Nada antes que Deus’.»
Na seção «Fundamentos de Fé», o boletim afirma que os «atos de adoração» se assemelham aos «gestos de pessoas estão profundamente enamoradas»: «implica ter presença de Deus e falar com Deus através da oração, através do sacrifício pessoal, através de participar na beleza da adoração litúrgica e de servir ao plano de Deus» para nós «com vidas de virtude, santidade e caridade para com os demais».
«É assim como permitimos que ‘Deus seja Deus’», sintetiza.
«Só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo podem ser amados e reverenciados em adoração – distingue. Os católicos não adoram os grandes santos ou Nossa Senhora, a Mãe de Jesus; reverenciamos através da veneração.»
Contudo, atualmente os «ídolos» – traduzimos em «metas privadas como o nível social, riqueza, propriedades, fama ou elevadas experiências emocionais –, como os ídolos dos pagãos, «podem chegar a dominar nossas vidas, deixando-nos com mãos e coração vazios», lê-se na publicação.
«Nossa adoração do único e verdadeiro Deus nos humaniza e diviniza de tal forma que os ‘ídolos’ de nossa natureza caída perdem seu poder. Cristo é nosso poder e n’Ele nossos corações descansarão seguros», conclui.
De 15 a 20 de julho de 2008, a JMJ reunirá jovens de todo o mundo (em torno de meio milhão) junto ao Papa. As palavras de Jesus, «Recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas» (Atos 1, 8), são o lema escolhido para a convocatória.
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