As lideranças evangélicas brasileiras continuam a dar sinais de que os protestos pacíficos podem ser a alternativa para vencer as injustiças sociais.
A ação violenta da Polícia nos protestos em São Paulo na última semana, no dia que ficou conhecido como a Revolta do Vinagre, ou ainda nas recentes manifestações dos povos indígenas, levou o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) a se posicionar de forma crítica: “Parece que a repressão tornou-se um padrão”.
Em nota divulgada a respeito dos recentes protestos, o CONIC constata que “a cultura autoritária segue sendo uma característica do Estado brasileiro”, fazendo referência à repressão exagerada comum aos anos do Regime Militar.
A crítica se estende aos eventos esportivos que estão sendo organizados no Brasil: “Não queremos apenas circo. Queremos também pão, fruto da justiça social. Reivindicamos o cumprimento das convenções internacionais de direitos humanos. Nosso desejo é que a população seja respeitada e que políticas capazes de transformar as estruturas sociais e econômicas responsáveis pela exclusão social tornem-se reais”, resume a nota.
O sentimento de que há necessidade de mudança na forma como a sociedade encara e lida com as questões políticas foi tema de uma publicação do reverendo presbiteriano Hernandes Dias Lopes.
Em sua página no Facebook, Lopes afirma que a ação de protesto é legítima: “Parece-nos que a classe mais desacreditada do Brasil é a classe política. A política, porém, é necessária. O que não podemos aceitar passivamente é a corrupção e o desvio do propósito daqueles que governam. Toda autoridade é instituída por Deus e instituída com o propósito de promover o bem e coibir o mal. Quando a autoridade reprime o bem e promove o mal, então, precisamos alertá-la a voltar ao seu posto de honra”.
Segundo o reverendo, é necessário que a corrupção sejam combatida firmemente, a fim de que a mancha causada por ela na história da nação seja substituída por um novo tempo.
“A corrupção é uma das coisas mais tristes na história do Brasil. O povo que trabalha honestamente para pagar suas contas, oprimido debaixo de pesados tributos, não se alegra ao ver tanto dinheiro público sendo despejado no ralo da corrupção. Não tem prazer em ver tantos desvios para contas insaciáveis de políticos e empresários desonestos que sugam, como dráculas, a seiva da nação. Precisamos nos posicionar com firmeza contra essa cultura ímpia da corrupção. Se os governantes exigem dos governados honestidade no pagamento dos tributos, os governados precisam exigir dos governantes honestidade na administração responsável desses recursos”, pontuou.
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