Atento à imposição da sharia (lei islâmica) no Paquistão, o presidente da Aliança das Minorias Paquistanesas, Shahbaz Bhatti, alertou que o país corre o risco de ter sua economia e imagem internacional destruídas. Ele apelou à Suprema Corte do país para que intervenha contra ações de estudantes e religiosos islâmicos na tentativa de "talebanizar" o Paquistão.
Shahbaz Bhatti denunciou atividades de estudantes de Jamia Hafsa e de clérigos do Lal Masjid com o intuito de "talibanizar" Islamabad. E apelou à Suprema Corte contra "a difusão do extremismo religioso e da anarquia no país a partir do estabelecimento de um sistema legislativo paralelo com o do Estado".
Além disso, exigiu que o governo "tome ações enérgicas contra esses que estão tentando manipular as leis e aterrorizar os cidadãos paquistaneses". A sharia, diz Shahbaz, "é contrária à filosofia dos fundadores da nação paquistanesa".
Em entrevista ao AsiaNews, Shahbaz Bhatti explicou que "os estudantes de Jamia Hafsa e sua administração queimaram vídeocassetes; aterrorizaram as pessoas, particularmente as mulheres, impondo o Talibã e o estilo sharia".
"Estas atividades não são apenas não-democráticas, ilegais, antiéticas e inconstitucionais como também atos de barbárie e contra os padrões de direitos humanos", disse.
O movimento de Jamia Hafsa, segundo ele, é contrário à ideologia e os pensamentos de Qauid-e-Azim, um dos fundadores do Paquistão. O que, em sua opinião, "constitui não apenas uma ameaça à segurança do país perante a comunidade internacional, como também fortalece extremistas, fanáticos religiosos e espias - que usam a violência, o ódio e o terrorismo como formas de capturar instituições e direitos adquiridos".
Ele disse ainda que isso também pode trazer "destruição da nossa ainda frágil economia e afastar a entrada de investidores internacionais que serão afastados pela imagem negativa do país". Por isso, diz ele, "os cidadãos patriotas não podem permitir que "talibãs" capturem nossa "amada nação" dessas ações violentas de intolerância". A Constituição do Paquistão, segundo ele, "já está cheia de artigos islâmicos, por isso não é necessário introduzir pela força a sharia e a filosofia radical do islã".
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