O reverendo Tongkhojang Lunkim foi libertado na madrugada do dia 18, depois de ser mantido cativo durante dois meses pelo KLA (Exército de Libertação Kuki), no Estado de Manipur, nordeste do país.
Lunkim foi solto nas proximidades das colinas de Sadar, segundo fontes locais. O KLA tinha pedido que alguns líderes de organizações estudantis e sociais estivessem presentes na hora da libertação. Antes de entregá-lo, o KLA forçou Lunkim a se desculpar por suas supostas atividades anti-KLA e fez com que ele prometesse interromper esforços no futuro.
Os militantes do KLA tinham seqüestrado Lunkim no dia 17 de janeiro.
"Estávamos em dívida com todas as pessoas que oraram por sua volta em segurança", disse o reverendo M. Haokhothong, genro de Lunkim, ao Compass por telefone. "Eu o encontrei nessa noite em sua casa, mas infelizmente ele está muito debilitado para falar e está sendo assistido por profissionais da saúde".
Haokhothong disse que sua família teria recusado visitas. "Ele está muito debilitado, por isso que não estamos permitindo visitas. Mas estamos felizes de que ele esteja salvo".
Lunkim - missionário e ativista dos direitos humanos - era o principal porta-voz das pessoas em Manipur. O KLA exigiu um resgate de aproximadamente 225 mil dólares. Um dos vários grupos insurgentes que lutam pela independência dos territórios na região, o KLA também seqüestrou o filho de Lunkim em 2003, liberando-o sem pagamento de resgate.
Uma fonte que preferiu não ser identificada declarou ao Compass: "Estamos muito aliviados, o reverendo é um líder muito importante, que prega sem timidez o evangelho em suas publicações".
Como líder da Igreja Kuki, Lunkim era também muito respeitado e facilmente mobilizava a opinião pública. "Sua esfera de influência era uma contínua ameaça ao KLA. Talvez eles pensassem que conseguiriam intimidá-lo a desistir de sua obra missionária e de seus esforços a favor dos direitos humanos", acrescentou a fonte.
"Essa notícia é fantástica", disse ao Compass o Arcebispo Dominic Lumon. "Agora que ele foi solto, a paz estará de volta à região".
Cristãos locais estavam relutantes em comentar o seqüestro, por temerem represálias do KLA. Informações dos jornais locais "Sangai Express" e "Imphal Free Press" só tinham versões do KLA a respeito do seqüestro.
Acusações do KLA
Líderes do KLA alegam que Lunkim tinha conseguido 20 mil dólares de um contato com forças de segurança da Índia para promover um cessar fogo entre o KLA e o exército nacional. O dinheiro foi devolvido às forças de segurança, de acordo com o KLA. Depois dessas negociações, "as forças foram pressionadas à operações contra a KLA".
M. Vaiphei, secretário de informações do KLA, disse que Lunkim tinha "tentado eliminar o KLA e todos os seus quadros" ao negociar o cessar-fogo sem consultar o KLA em agosto de 2005. Depois dessas supostas negociações, "as forças de seguranças foram pressionadas a repetidas operações contra o KLA".
Vaiphei acusou Lunkim de abusar de sua posição como líder cristão e ativista de direitos humanos e de plantar a semente da desunião na sociedade kuki.
Ele também disse que Lunkim foi o responsável pela formação de uma assembléia de anciãos, a Upa Inpi, designada a orientar ou restringir o corpo de liderança kuki que já existia, a Kuki Inpi.
O KLA admoestou Lunkim a abandonar suas atividades, e decidiu pela punição capital, caos ele deixasse de cumprir tais exigências. Entretanto, a decisão foi revertida - de acordo com os costumes kuki - quando membros da família e outras organizações sociais apelaram por sua segurança.
"Embora tivéssemos mostrado clemência nessa ocasião, ele não será poupado no futuro caso continue com os mesmos hábitos", alertou Vaiphei.
Surpreendentemente, Vaiphei também declarou que o KLA agradecia a Lunkim por traduzir a Bíblia no dialeto da sociedade kuki e por sua contribuição nos programas cristãos de rádio, que eram transmitidos desde as Filipinas.
O padre Cedric Prakash, defensor dos direitos humanos que trabalha há sete anos no Nordeste, disse acreditar que Lunkim não teria escolha a não ser obedecer ao KLA.
"Quando sua vida está em jogo e você é forçado a assinar confissões mediante graves ameaças, você acaba cedendo", ele disse. "Não existe outra escolha ou opção disponível. E foi o que aconteceu no seqüestro do reverendo Lunkim".
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