Um mês depois de receber anistia, o batista Vyacheslav Kalataevsky foi finalmente liberto do centro de detenção na capital Ashgabad na noite de 6 de novembro, e permitido a se integrar aos membros da família que vivem na cidade.
“Minha esposa Valentina escreveu um manifesto oficial de que eu não vou violar a lei”, disse Kalataevsky ao Forum 18, de Ashgabad, no dia 8 de novembro. “Ela tomou a responsabilidade para si.”
O líder batista disse que não foram impostas quaisquer restrições ou condições ao seu movimento. “Eu quero dar meu sincero agradecimento a todos os que ajudaram a mim e a minha família durante a minha prisão”.
Quando questionado sobre sua saúde no seu período de oito meses de prisão, Kalataevsky respondeu: “Deus me fortaleceu fisicamente”. Nesse período diversas campanhas de oração foram feitas ( leia mais).
Vyacheslav Kalataevsky disse não saber se sua libertação foi programada para coincidir com a visita do presidente do Turcomenistão, Gurbanguly Berdymukhamedov, aos líderes da União Européia. “É possível que coisas desse tipo tenham sido levadas em conta, mas todas as coisas estão nas mãos de Deus”, ele disse ao Forum 18.
Ele estava entre os 9 mil prisioneiros perdoados na anistia anual que marca a Noite Muçulmana de Onipotência dentro do Ramadã, que nesse ano caiu em 9 de outubro ( leia mais).
Mas diferentemente dos outros prisioneiros, ele não foi liberto. Em vez disso, ele foi transferido para um centro policial em Arzul no canto nordeste de Ashgabad, enquanto as autoridades decidiam se ele seria deportado.
Desafio para retomar a rotina
Seguindo sua libertação da prisão essa semana, Kalataevsky disse ao Forum 18 que agora irá tentar resolver os problemas da sua residência. Ele disse que o Ministério das Relações Internacionais garantiu que será concedido um visto de seis meses para ele morar no Turcomenistão.
Ele mencionou ainda que irá a Turkmenbashi até 8 de novembro, onde a papelada será colocada em ordem e ele irá solicitar uma permissão para ficar. A embaixada ucraniana em Ashgabad já estendeu a validade de seu passaporte.
O líder cristão disse ao Forum 18 que durante a sua detenção, a congregação batista que ele lidera continuou as reuniões de adoração. Ele, com 49 anos de idade, lidera uma congregação batista no porto do Mar Cáspio de Turkmenbashi, cidade onde nasceu.
Ele foi preso pela polícia secreta do Ministério de Segurança do Estado (MSS, sigla em inglês) em 12 de março.
Ele foi considerado culpado por “cruzar ilegalmente a fronteira” e em 14 de maio foi dada uma sentença de três anos de trabalho em um campo de trabalhos forçados, ao qual ele foi enviado para servir, em Seydi.
Passo a passo do caso
As acusações relacionadas ao retorno de Kalataevsky ao Turcomenistão depois da sua permissão residencial foram abandonadas e ele foi deportado em 2001. Desprovido de qualquer papel ou dinheiro diante da fronteira do Cazaquistão, ele foi obrigado a retornar à sua família uma semana depois, já que não tinha nenhum lugar para ir.
Também tiraram a permissão de ficar no país em 2001 e mandaram à fronteira do Cazaquistão com Kalataevsky, o seu amigo batista Yevgeny Potolov, um cidadão russo também de Turkmenbashi. Ele foi preso no começo desse ano logo após Kalataevsky, mas foi deportado do Turcomenistão no começo de julho.
Ele foi advertido verbalmente de que seria banido de retornar dentro de um ano. A família de Potolov foi subseqüentemente ameaçada de deportação.
Depois de não conseguir garantir o retorno de Potolov , sua esposa e crianças deixaram o Turcomenistão para o encontrar na Rússia, mas com a intenção de retornar ao Turcomenistão quando lhes for permitido.
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