ERITRÉIA – Autoridades policiais da Eritréia libertaram 35 evangélicos na cidade portuária de Massawa durante o fim de semana depois de mantê-los sob custódia durante seis semanas em uma delegacia de polícia local.
Todos os 35 homens e mulheres presos estiveram em um culto doméstico dia 6 de janeiro. Funcionários de segurança invadiram a casa e prenderam todos as pessoas presentes.
O grupo teve negado o direito de visitação, embora nenhuma queixa oficial tenha sido registrada contra eles. De acordo com fontes protestantes dentro da Eritréia, os cristãos de Massawa foram libertados no sábado pela manhã (dia 16).
Três dias antes, foram libertados sob fiança 10 membros da Igreja do Evangelho Pleno que estavam presos há cinco anos na prisão militar notória de Assab. Há seis meses, os sete homens e as três mulheres tinham sido transferidos de Assab para a prisão de Adi-Abyto.
Pastor da Kale Hiwot ainda permanece preso
Fontes locais confirmaram esta semana que o pastor sênior da Igreja Kale Hiwot ainda permanece preso na delegacia de polícia de Asmara. Ele está lá há quase cinco meses. O pastor Oqbamichael Tekle-Haimanot foi encarcerado no dia 1 de outubro do ano passado.
Anteriormente, ele havia passado 10 meses em uma solitária num campo de trabalhos forçados, no acampamento militar de Sawa, como castigo por ter participado de um casamento cristão protestante em Barentu, no dia 9 de janeiro 2005.
A Eritréia conteve o rápido crescimento de suas igrejas protestantes independentes em maio de 2002, fechando os locais de culto e os proibindo de se encontrarem até mesmo em residências privadas.
Durante os últimos cinco anos, foram encarcerados milhares de evangélicos que foram severamente torturados por meses e anos por violarem estas regras e se recusarem a voltar a uma das três igrejas “oficiais” da nação: ortodoxa, católica ou luterana. Nenhum deles foi julgado, nem registradas queixas ou inquéritos formais contra eles.
Helen Behane
Um dos casos mais notórios de perseguição na Eritréia foi o da cantora Helen Berhane, da Igreja Rema, que esteve entre os 2 mil presos, membros de igrejas evangélicas proibidas na Eritréia e que foi submetida à perseguição sistemática por parte do governo eritreu durante quatro anos.
Em 2006 ela foi libertada da prisão e em outubro passado recebeu asilo político na Dinamarca.
A cantora, de 32 anos, passou a maior parte do tempo de sua prisão em condições desumanas e degradantes, dentro de um contêiner de metal usado como cela. As autoridades, segundo relatos, a torturaram por várias vezes para fazê-la renunciar à sua fé.
Em uma carta enviada por ela à ONG Libertem a Eritréia, Helen Berhane agradece pelas orações recebidas e pede orações por aqueles que ainda estão presos.
“Estou convencida de que as suas orações me fizeram sobreviver. Os demais prisioneiros estão todos os dias em meu coração e mente. Choro por eles todos os dias porque sei o que eles estão passando. Por favor, continuem a orar por eles assim como vocês oraram por mim”, afirmou a cantora.
No Brasil, o caso de Helen Berhane ganhou ampla repercussão após o apoio da cantora Fernanda Brum.
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