Antoine Ghanem e dois seguranças foram enterrados nesta sexta-feira (21). Eles foram mortos após atentado com carro-bomba na quarta-feira (19).
O deputado Antoine Ghanem, morto há dois dias em um atentado cometido com um carro-bomba em Beirute (leia mais), foi enterrado nesta sexta-feira (21) na capital libanesa. O governo decretou dia de luto nacional.
O corpo de Ghanem foi sepultado no cemitério de Ain el-Remene, próximo ao bairro de Furn el-Chebaak, no leste da capital.
O deputado do partido cristão Falange foi assassinado na última quarta-feira (19), junto com seus dois guarda-costas e outras duas pessoas, devido à explosão de uma bomba com mais de 20 quilos de TNT.
O explosivo foi detonado quando o veículo no qual estava passava por Horch Tabet, no bairro de Sin el-Fil, no sudeste de Beirute, de acordo com fontes policiais.
Milhares de libaneses foram às ruas nesta sexta-feira (21) dar o último adeus a Ghanem, que havia chegado à capital libanesa na terça-feira procedente de Abu Dhabi, onde estava refugiado, para participar da sessão do Parlamento em 25 de setembro para a escolha do presidente do país.
O deputado era membro da maioria parlamentar, empenhada em escolher um novo presidente a partir de terça-feira (25), ainda que seja por maioria absoluta, enquanto a oposição do Hezbollah e do cristão Michel Aoun exigem que se conte com eles para que o presidente tenha o apoio de dois terços da câmara.
No começo da manhã, os corpos do deputado da Falange, de 64 anos, e de seus dois guarda-costas foram levados do Hospital Libanês-Canadense à igreja do Sagrado Coração, para a realização de uma missa fúnebre.
Antes de chegar à igreja, o cortejo fúnebre, escoltado por motos e veículos policiais, fez uma parada na sede do Falange no bairro de Furn el-Chebaak, onde Ghanem era o principal responsável local, para que seus colegas de partido fizessem uma homenagem.
Das sacadas, as pessoas jogavam arroz e flores quando a comitiva passava, e vários pedestres precisaram receber atendimento médico após desmaiarem devido à emoção do momento.
Muitos dos presentes estavam com fotos de Ghanem e do ministro da Indústria, Pierre Gemayel, também morto em um atentado em novembro de 2006, com os lemas “Antoine e Pierre, sempre estarão vivos entre nós”, “Antoine e Pierre, mortos a serviço do Líbano “, “mártir após mártir”.
A igreja estava cheia para a celebração da cerimônia fúnebre, com bandeiras libanesas e emblemas do Falange.
Os caixões, cobertos com a bandeira libanesa e o emblema do partido, foram levados por correligionários, enquanto um grupo musical interpretou a marcha fúnebre.
A maioria das mulheres estava vestida de preto e balançava lenços brancos quando o cortejo passava.
Representantes de todos os partidos políticos – com exceção da oposição pró-síria – compareceram à cerimônia, que também foi assistida por uma ampla representação diplomática de outros países.
Após as palavras do sacerdote, Munia, uma das filhas do deputado, fez um discurso emocionado no qual homenageou o pai.
O ex-presidente Amin Gemayel, pai de Pierre Gemayel, afirmou em discurso que “todos os mártires e o sangue derramado empurrarão os libaneses para o futuro”, e pediu também que os deputados participem da eleição presidencial, “como sinal de fidelidade a Ghanem”.
Após a cerimônia na igreja, os corpos de Ghanem e de seus guarda-costas foram enterrados no cemitério de Ain el-Remene, onde – de acordo com o costume libanês – só compareceram homens. Um grande esquema de segurança acompanhou a comitiva fúnebre em seu trajeto pelas ruas de Beirute.
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