A controversa cantora Lady Gaga seguidamente demonstra sua espiritualidade. Esta semana ela levantou novamente essa questão ao falar sobre “Judas”, seu próximo single. Na música, ela aborda um relacionamento amoroso com Judas, o discípulo que traiu Jesus com um beijo e se matou depois. Gaga disse a um programa de rádio americano que o tema é “apaixonar-se sempre pelo homem errado”.
Em outra entrevista recente, revelou algumas frases da nova canção: “Quando ele vem até mim, estou pronta. Vou lavar seus pés com o meu cabelo se for preciso. Perdoá-lo quando sua língua mentir até não aguentar mais. Mesmo depois que ele me traia três vezes, vou derrubá-lo, um rei sem coroa.”
“Essa música fala sobre honrar sua escuridão para trazê-la para a luz. Você precisa olhar para o que está te assombrando e também aprender a perdoar a si mesmo para seguir em frente”, explicou Gaga.
O uso de referências bíblicas e temas espirituais não é nenhuma surpresa para a cantora de origem italiana que foi criada como católica. Hoje sua opção religiosa ainda permanece um mistério, mas ela acredita ser uma “escolhida de Deus”.
“Eu acredito que Deus se revela de muitas formas. Não acredito que nós sabemos como ele é, mas eu vejo Deus nos meus fãs. São eles o que eu adoro. Acredito que o que você adora não precisa de ser uma religião, uma instituição ou um certo tipo de Deus. Você só deve cultuar a sua fé “, disse ela em entrevista ao Google.
Esperando para exemplificar sua convicção, declarou: “Eu adoro os meus fãs. Eles são a minha religião. ”
Em uma entrevista ao programa de Larry King no ano passado, GaGa explicou: “Você poderia dizer que sou uma mulher muito religiosa, mas que está muito confusa em relação a religião. Eu sonho e imagino um futuro onde teremos uma religião mais pacífica e um mundo mais pacífico, com um estado de espírito mais pacífico para essa geração mais jovem. ”
Essa confusão de Gaga parece ser causada pelo preconceito e ódio de muitos grupos religiosos e igrejas que atacam abertamente aqueles que não se encaixam em um determinado modelo.
Recentemente, Lady Gaga reclamou de um piquete de cristãos em frente a um de seus shows. Eles estavam distribuindo panfletos no portão do local do show e entregaram um a ela.
O panfleto dizia: “Passe livre para sair do inferno”. Ao ler a mensagem, Gaga disse a ele: “Por que você está aqui fora deste ginásio, se tudo o que precisamos fazer é imprimir esses pequenos cartões para sairmos do inferno de graça?”. Ele respondeu: “Você vai para o inferno!”, Gaga pareceu não se importar e retrucou: “Então abram os portões do inferno, pois todos eles irão comigo!”. Logo depois explicou que era brincadeira, que fez isso só para provocar o rapaz do panfleto.
Abraçar todas as diferenças parece ser “o evangelho segundo Gaga”, que defende aceitação, positividade e amor. Brian Kirk, pastor e professor adjunto no Eden Theological Seminary, é um dos que aplaude Gaga por sua habilidade de ecoar o amor incondicional de Jesus aos excluídos da cultura na música “Born This Way” [Nasci assim].
“Eu não sei por que ao longo da existência da Igreja, muitas vezes temos ignorado esta abordagem e preferimos abordar apenas a depravação e a pecaminosidade inata da humanidade. Muitas pesquisas indicam que os jovens de hoje identificam a Igreja não com uma mensagem de amor, mas de julgamento e de justiça própria. Não é à toa que alguns jovens preferem ver o Jesus das Escrituras espelhado mais na música popular do que na vida da Igreja. Lady Gaga fala diretamente àqueles que a Igreja condena, e oferece uma visão alternativa de um mundo sem julgamento. Não é muito diferente da visão do próprio Jesus de um reino de Deus centrado na graça e no perdão”
Por outro lado, o Dr. Seth Polk, pastor da Igreja Batista de Cross Lanes, acha a mensagem de Lady Gaga confusa e equivocada. Ele perguntou aos leitores do seu blog: “Será que estamos preparados para pensar claramente sobre o que acreditamos? Os cristãos estão adequadamente preparados para refutar esse pensamento confuso com a esperança do Evangelho? ”
Vendo a entrevista de Gaga a Larry King, Polk percebeu que “muitas de suas crenças a respeito da religião eram comuns à cultura de hoje. Muitos acreditam que a religião e a Igreja são coisas completamente distintas. E que as pessoas podem ser religiosas e espirituais, e escolher no que querem acreditar, e que não há um caminho único”.
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