Melhor jogador do mundo no ano passado, em eleição realizada pela Fifa, Kaká ainda acha que tem muito a aprender, quer repetir tudo o que conquistou na sua ainda curta carreira e levantar um título inédito não só para ele como também para a própria seleção brasileira, o olímpico. Para o jogador do Milan de 26 anos, a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, será a grande oportunidade de ele atingir o ápice e ajudar a seleção a conquistar o sexto título mundial de futebol.
– Quero chegar em um nível altíssimo. Vou estar com 28 anos, no ápice. Acho que essa pode ser a idade para eu estar no auge da minha carreira, em um momento excelente de maturidade, experiência. pode ser uma Copa legal para o Brasil, um ciclo novo, jogadores novos – afirma em longa entrevista ao diário “Lance!”.
Kaká acha que ainda precisa crescer fisicamente e tecnicamente, embora 2007 tenha sido um ano maravilhoso para ele. Perguntado sobre o que mais aprendeu na Europa, o meia não hesita em responder:
– Eu aprendi muito a enxergar o jogo dentro do campo, acho que é uma coisa muito difícil para o jogador conseguir entender aquilo que está acontecendo durante o jogo. Porque ali existem muitas emoções, sentimentos, coisas que passam pela cabeça do jogador. Muitas vezes você está focado em um objetivo só. Então conseguir enxergar o jogo ali dentro, ver taticamente, é uma coisa que aprendi bastante.
Ele não se nega a falar das Olimpíadas, mas Kaká ressalta que o assunto precisa ser
resolvido pela CBF e o Milan. Sobre as lesões que tem sofrido, ele reclama do excesso de jogos e diz acreditar na recuperação de Ronaldo:
– O Ronaldo sempre foi um grande exemplo de superação, por tudo o que ele passou e conseguiu recuperar. Acho que mais uma vez ele vai demonstrar isso, esse espírito que ele tem de recuperação, de ser um exemplo. Eu acredito que o Ronaldo volte a jogar. Não sei se na Europa, mas tenho certeza de que Ronaldo volta a jogar.
A possibilidade de jogar com Ronaldinho Gaúcho no Milan anima Kaká, que lamente o momento ruim por que o craque passa no Barcelona.
– Esquecer de jogar futebol ele não esqueceu. Está atravessando um momento que não é legal no Barcelona, por diversos motivos que são difíceis de falar, pois a gente não convive no dia-a-dia. Agora, se ele viesse para cá seria uma grande contratação por parte do Milan. Seria bem-vindo, os brasileiro daqui iriam ajudar – afirma.
Kaká se recusa a comentar o caso Renascer, apesar de não negar que continua a freqüentar a Igreja dos pastores Estevam Hernandes Filho e Sônia Hadad Moraes Hernandes, acusados nos Estados Unidos com US$ 46 mil (R$ 76,8 mil) não declarados e no Brasil de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. Mas se esse assunto o deixa chateado, a chegada do primeiro filho causa efeito inverso:
– Com a chegada do filho a responsabilidade aumenta ainda mais, temos de dedicar tempo a ele. Acredito que um dos primeiros presentes que alguém vai dar será uma bola. Depois, claro que essa opção por jogar futebol vai ser uma escolha dele. O que ele quiser fazer terá meu apoio.
Sobre voltar a jogar no Brasil, algo impensável nos dias de hoje, Kaká é taxativo e fiel ao clube que o projetou:
– A única possibilidade de eu jogar no brasil, hoje, é voltar ao São Paulo. Se um dia voltasse, seria para o São Paulo, ou até mesmo para encerrar a carreira no São Paulo. Isso depende de várias coisas, mas essa seria a única possibilidade.
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