A audiência sobre o assassinato de três cristãos na cidade de Malatya, Turquia abriu caminho para novas investigações sobre a conexão entre os cinco acusados e outros indivíduos turcos ligados a atividades criminais.
A 13ª audiência no Terceiro Tribunal Criminal de Malatya, em 21 de novembro, sobre a morte de três cristãos apresentou poucas novidades. Nenhuma testemunha foi chamada.
Entretanto, o promotor e os advogados autores da ação procuram provas que mostrem ligação entre os assassinos e o Ergenekon, uma conspiração ultranacionalista de generais aposentados, políticos, jornalistas e membros da máfia.
Uma investigação criminal independente ligou o Ergenekon a grandes ataques, assassinatos e planos de projetar caos interno e derrotar o governo. Provas no caso de Malatya indicam que um jornalista local, Varol Bulent Aral, agiu como ponte entre os cinco suspeitos e o Ergenekon.
Os advogados da ação também acreditam que Aral encorajou o suspeito líder do ataque, Emre Gunaydin, a matar os três cristãos, convencendo-o de que missionários estrangeiros eram associados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma organização terrorista ilegal.
De acordo com uma declaração de 14 de novembro, Emre testemunhou que Aral prometeu imunidade para o assassinato. No tribunal, entretanto, ele se contradisse e alegou nunca ter conhecido Aral.
Emre, juntamente com Salih Gurler, Cuma Ozdemir, Hamit Ceker e Abuzer Yildirim, presos há 19 meses, são acusados do assassinato. Eles têm entre 19 e 21 anos.
A acusação recebeu o arquivo sobre o Ergenekon da 13ª Corte Criminal de Istambul e está revisando-o para encontrar ligação com o assassinato em Malatya. Agora, o arquivo se encontra sob investigação dos advogados e juízes.
“Estamos falando sobre uma sala com cinco garotos e três homens”, disse Orhan Kemal Cengiz, que lidera a acusação. “Não há dúvida de que seja o assassinato foi em primeiro grau, um ato selvagem. Serão três sentenças por assassinato, três prisões perpétuas, além de crimes de restrição de liberdade, roubo e outros. Não temos dúvida disso.”
A questão que permanece, de acordo com os advogados, é a identidade das forças por trás do ataque. Orhan disse que nem ele nem o tribunal têm dúvida de que forças maiores estão por trás dos assassinatos.
“Tenho 100% de certeza – é o que pensa o promotor e ninguém tem dúvidas – de que há outras pessoas por trás desses rapazes, mas não podemos identificá-las”, disse Orhan ao Compass.
Espera-se que 21 testemunhas sejam ouvidas para esclarecer as devidas conexões entre o Ergenekon e o assassinato de Malatya.
“Acreditamos que todos eles, de alguma forma, estão ligados e têm informações relevantes para este caso”, disse.
Caso a lista de testemunhas seja aceita, o julgamento pode levar mais um ano. “Mas se nada acontecer, pode ser que acabe em três ou quatro meses.”
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