A discussão sobre o aborto e a legalização ou não da prática levou a jornalista e blogueira evangélica Talita Ribeiro a escrever a respeito do assunto. Intitulado “Sou evangélica e a favor da legalização do aborto”, o artigo usa como argumento pontos de vista científicos, teológicos e legais.
Talita ressalta que pessoalmente é contrária ao aborto, mas entende que sua postura e/ou crença não deve influenciar o Estado na elaboração de políticas sobre o tema: “Eu não sou a favor do aborto, mas sou a favor da legalização dele até o início do terceiro mês de gravidez, para que mulheres não continuem morrendo após a intervenção em clínicas clandestinas e em condições precárias, para que mulheres não continuem sendo marginalizadas após um ato de escolha sobre o seu corpo, com base nas suas crenças e realidade. Sou absolutamente contra a imposição da minha fé e meus preceitos morais a todos”, contextualizou.
O âmbito teológico foi abordado pela jornalista ao mencionar o livre-arbítrio dado por Deus ao ser humano, para fazer suas escolhas e viver com as consequências de cada passo dado. Talita Ribeiro ainda agrega o direito civil de livre crença a seu argumento e afirma que as crenças cristãs não devem ser impostas a terceiros.
“Se Deus, que é Deus, deu livre arbítrio aos seres humanos, por que eu, que sou apenas uma ‘pessoa’, defenderia intervenções legais que limitam e, muitas vezes, condenam mulheres à morte e a complicações psicológicas e de saúde? Com base na minha fé eu faço as minhas escolhas e espero que todos tenham esse direito. Porém, sei bem que como sociedade temos que viver de acordo com algumas regras, baseadas em algo comum a todos, como a racionalidade, por isso a observação sobre a legalização até a 8ª semana de gestação, quando o embrião é o que eu chamo de ‘possibilidade de vida’, não um ‘ser vivo’, já que ainda não tem atividade cerebral”, explica-se a autora.
O artigo segue a mesma linha de raciocínio ao abordar os argumentos usados pelos ativistas pró-vida, que são contra a interrupção da gravidez, dizendo que a vida estabelecida é a da mulher, e por isso, deve ser defendida: “Segura o dedo antes de me xingar! Quando uma pessoa deixa de ter atividade cerebral nós a consideramos morta, não é? É morte cerebral e ninguém discute isso. Por que eu deveria tratar um embrião – ele ainda não é nem um feto -, como um ser humano vivo, se ele não tem sinapse e é apenas uma possibilidade de vida, que depende 100% do corpo da mulher para se desenvolver? Um embrião não se desenvolve se a mulher que o carrega não estiver… Viva. Quem nós devemos proteger, então?”, questiona Talita Ribeiro.
Em seu resumo, Talita prega tolerância e respeito às pessoas que não abraçam os princípios bíblicos: “Se eu sou cristã e a bíblia diz que nós vivemos através da compaixão, da misericórdia e do perdão que compartilhamos, não posso aceitar isso […] Não se constrói uma sociedade que discute pecado e penaliza o pecado. Não se deve julgar, mas discernir o que é certo, o que eu quero ou não pra minha vida, e respeitar e acolher o outro que escolhe diferente”, pontuou.
Opiniões contrárias
Nos comentários do artigo, os leitores que se manifestaram contra a opinião de Talita Ribeiro ressaltaram os argumentos comumente usados para defender o princípio de que o aborto não deva ser legalizado.
“Não quero condena-la pelo que diz e acho importante expressar uma opinião sobre qualquer assunto, mas um embrião é sim, um ser humano em desenvolvimento que está lutando para sobreviver. Um aborto em qualquer faze da gestação é prejudicial a mulher, compromete seu sistema reprodutor e pode até, mexer com seu psicológico”, disse a usuária Mikaele.
Um usuário anônimo expôs sua preocupação com questões espirituais e de obediência a Deus: “Creio que esse realmente é um assunto que deve ser estudado a fundo e ser tratado com muita sabedoria. Mas devemos compreender também que a partir do momento que as células se unem, a pessoa tem uma alma, uma alma que deve ser apresentada a Cristo […] Um embrião tem vida! […] Acima de tudo vem a Bíblia, Deus, mas também estamos sob as leis dos homens, que existem para manter uma ordem geral. Não que todas estejam corretas. Por isso também temos que intervir, orando e colocando a mão na massa! […] Creio que Deus não se agrada com o aborto, independente do estágio, independente do motivo. Ele nos dá força para seguirmos caminhando”, opinou.
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