O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) está alarmado com a detenção, em 11 de agosto, do jornalista de Hangzhou, Zan Aizong.
As autoridades colocaram Zan Aizong sob prisão administrativa de sete dias, depois de avisá-lo para parar de escrever sobre as detenções e pessoas feridas durante o protesto de cristãos contra a demolição de uma igreja em 29 de julho, segundo informou o Centro Independente Chinês PEN (Associação Internacional de Poetas, Escritores e Editores).
"O governo iniciou uma forte represália a reportagens sobre tópicos delicados, como religião e protestos públicos", disse o diretor executivo do CPJ, Joel Simon. "Zan Aizong foi detido simplesmente por causa de seu trabalho jornalístico e exigimos sua libertação imediata".
Zan Aizong foi demitido na semana passada do emprego que tinha no escritório de Zhejiang do jornal "Haiyang Bao", com sede em Pequim. A demissão aconteceu depois que ele publicou uma carta aberta e vários artigos sobre a decisão do governo local de demolir a igreja, segundo informou com o jornal "South China Morning Post".
Pressão de Pequim
O jornalista declarou ao jornal que seu chefe foi pressionado pelo escritório de publicação e imprensa de Pequim. "Ele também me disse que o escritório tinha retirado muitos dos meus artigos que criticavam a violação de direitos humanos promovida pelos departamentos do governo", contou Zan Aizong ao "South China" antes de ser detido. "Fui questionado pela polícia de Xiaoshan por sete horas na última sexta-feira - três dias depois da publicação da carta aberta."
O artigo de Zan Aizong foi postado em websites na China e no exterior. As autoridades examinaram o computador do jornalista e o prenderam sob suspeita de "perturbação da ordem pública" através de seus escritos, de acordo com o PEN. Zan Aizong é filiado ao grupo.
A polícia entrou em confronto com milhares de cristãos que estavam protestando contra a demolição da igreja, de acordo com as notícias internacionais veiculadas por organizações de direitos humanos (leia aqui). A agência de notícias estatal "Xinhua" noticiou que o prédio foi demolido porque sua construção foi feita sem aprovação oficial, mas relatou apenas duas prisões e nenhum ferido.
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