O jornalista Antônio Francisco de Souza, repórter do jornal Diário de Cuiabá, foi condenado a pagar indenização de R$ 50 mil por danos morais à Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo. A decisão é da juíza Gleide Bispo Santos, da 9ª Vara Cível de Cuiabá (MT), que determinou também que o jornal publicasse a íntegra da sentença na mesma página da reportagem – a Justiça tinha inicialmente condenado o Diário de Cuiabá a pagar a indenização. No entanto, a juíza entendeu que o jornalista deve ressarcir a empresa pela indenização por ser o responsável pelo que foi escrito. Cabe recurso.
A reportagem de Souza, publicada em março de 2000, sob o título “Mentira Universal”, teria afirmado, em tom depreciativo, que políticos de Mato Grosso, que não professariam a religião da igreja, estariam freqüentando a Universal para angariar votos dos fiéis. “A condição milionária da igreja, no entanto, já teria despertado a cobiça de alguns políticos, que até teriam se insinuado, para os lados dos ´bispos´ que guardam o cofre abarrrotado do império de Macedo em Mato Grosso. Assim, não será de se estranhar, também, se, doravante, algumas figurinhas carimbadas da política pantaneira começarem a freqüentar os cultos da IURD. E, claro, também começarem a apelar para o charlatanismo, como prometer a cura divina, riqueza, paraíso, casamento”, escreveu o jornalista em reportagem publicada na página 3 do jornal.
Segundo o site Consultor Jurídico, em sua defesa, o jornalista afirmou que os fatos relatados foram comprovados em reportagens de outros veículos de comunicação. Alegou, ainda, que tem o direito a liberdade de imprensa. Para a juíza, no entanto, o jornal fez um juízo moral dda igreja. “Analisou sob a sua ótica do que é certo ou errado. Será que essa ótica é a verdadeira? Aliás, existe verdade absoluta? A ninguém é permitido fazer julgamento das pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, somente o Poder Judiciário, pode fazê-lo e assim mesmo, de forma técnica e dentro dos limites estabelecidos pela legislação vigente no país, afinal vivemos em um Estado de Direito”, anotou Gleide.
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