As autoridades israelenses instalaram câmeras para filmar os trabalhos de escavação que estão ocorrendo perto do Monte de Templo ou Haram Sharif em Jerusalém, local sagrado para judeus e muçulmanos.

As imagens serão transmitidas ao vivo pela internet, em uma tentativa de acalmar os muçulmanos do mundo todo.

Na sexta-feira ocorreram protestos de palestinos devido ao início dos trabalhos para fazer reparos em uma antiga passarela destruída no local, mas os muçulmanos dizem que a obra ameaça suas fundações.

O local abriga a mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado para o Islã, e é reverenciado pelos judeus como o terreno de seus templos bíblicos.

Preparativos

Os planos para construção foram suspensos devido a protestos, mas os preparativos para a obra, as escavações, continuam. São estes trabalhos que serão transmitidos pela internet.

A Autoridade para Antiguidades de Israel afirmou que quer mostrar que esta é uma verdadeira escavação arqueológica.

“Serão colocadas três câmeras na área de escavações. Eles vão mostrar um ângulo completo da área”, disse Liat Eizenkot, da Autoridade para Antiguidades, à agência de notícias AFP.

As câmeras ficarão ligadas enquanto os trabalhos ocorrerem e também depois do fim dos trabalhos. A transmissão começa nesta quinta-feira e pode ser vista na página da Autoridade para Antiguidades de Israel.

Líderes palestinos afirmam que os trabalhos ameaçam restos arqueológicos islâmicos e afirmam que os trabalhos de construção são uma grande provocação. Líderes muçulmanos do mundo todo exigiram que todo o trabalho no local fosse suspenso.

Israel insiste que a construção não significa riscos para o local sagrado.

O Monte do Templo ou Haram al-Sharif (Santuário Nobre) é o local mais sagrado do judaísmo e o terceiro local mais sagrado para os muçulmanos.

O local, na Cidade Antiga de Jerusalém – uma área capturada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967 – tem sido tradicionalmente um palco para a violência.

Em 1996, a abertura de um túnel próximo ao local, por Israel, gerou confrontos entre manifestantes palestinos e tropas israelenses, nos quais 80 pessoas morreram.

Em 2000, a visita ao local do então líder da oposição de Israel, Ariel Sharon, provocou os protestos que culminaram com a segunda Intifada (levante palestino).