A Organização Não Governamental (ONG) Ele Clama comemora os dez anos de atuação como clínica de recuperação de dependentes químicos com números expressivos e testemunhos de mudança de vidas.
De acordo com Gilberto Santos, diretor da clínica, mais de 4 mil pessoas já passaram pelo tratamento oferecido pela Ele Clama. “Nós tratamos de tudo, do viciado em droga até aqueles quem têm desvio de comportamento e de caráter. Tivemos aqui um caso de um travesti que tinha até peito de silicone. Hoje essa pessoa está casada e tem filhos”, afirma.
Entretanto, segundo Gilberto, a ênfase não é tratar questões ligadas à sexualidade: “A questão da homossexualidade a gente vai percebendo no dia a dia. Tem um aluno que notamos algo de estranho. Ele acabou abrindo o jogo. Disse que já teve relacionamento com outro homem, mas que sofria muito com isso. Percebemos que ele frequentava a academia só para ficar vendo os outros alunos. A gente chegou perto e deu uns toques para ele evitar o desejo carnal”, revela.
Mesmo com a falta de profissionais qualificados para o acompanhamento médico e psicológico, a clínica se mantém atendendo os dependentes com a ajuda de uma enfermeira voluntária. A motivação maior, de acordo com o diretor da clínica, vem dos princípios bíblicos: “O Evangelho pode mudar a vida de qualquer pessoa”, atesta Gilberto.
Atualmente, a clínica de recuperação Ele Clama possui três unidades de tratamento em Minas Gerais: um sítio de acolhida na Serra da Moeda, em Nova Lima, e duas chácaras na cidade de Contagem, onde existem fábricas de vassouras, marcenaria, padaria e uma confecção, que servem de ocupação para que os internos possam trabalhar, de acordo com informações do jornal O Globo.
Manassés
Outra entidade de atenção a dependentes químicos, a Instituição Social Manassés, localizada na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, em Pernambuco, atende 40 internos e tem postura mais reticente quanto à homossexualidade.
O diretor da Manassés, Herman Benfica, diz que a entidade não tem por hábito atender homossexuais, a fim de evitar polêmicas que possam resultar em acusações.
“A gente não pode mudar o sexo de ninguém. Se ele quer ser gay, tenho que respeitar a opção dele. Mas, aqui, ele vai ouvir a pregação da Bíblia. Se vai se sentir incomodado, o problema é dele. Já passaram milhares de pacientes por aqui. Mas preferimos rejeitar os homossexuais. Temos 40 homens que estão tentando se curar do vício. Eles participam de atividades de manutenção da casa, de lazer e de três cultos por dia. Se colocarmos um homossexual, desestrutura tudo. Não permitimos essas práticas na clínica, que é evangélica. Agora, se algum paciente homossexual aceitar as normas da casa, poderemos recebê-lo. Se vai se libertar da homossexualidade vai depender dele”, pondera Benfica, que estuda psicologia na Faculdade Guararapes.
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