Embora a tensão na cidade de Jos, Estado de Plateau, tenha diminuído depois de um fim de semana violento, o ressentimento na comunidade cristã aumenta por conta de “reportagens parciais e inexatas” publicadas por meios de comunicação internacionais a respeito do acontecido.
Várias agências internacionais de notícias informaram que a violência foi provocada pelos resultados da eleição de governador. Contudo, fontes em Jos indicam que votação transcorreu pacificamente na quinta-feira (27 de novembro), e que a violência estourou nas primeiras horas da sexta-feira, dia 28, antes da divulgação do resultado.
Em vez de atacar instituições políticas, os revoltosos investiram contra comércios, igrejas e casas de cristãos. Um contato informou a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW): “Como sempre, tomaram Jos de surpresa e usam agora o resultado da eleição como desculpa”.
A maior preocupação é com notícias que sugerem que os cristãos mataram 300 muçulmanos durante o fim de semana e depositaram seus corpos em uma mesquita.
Na verdade, os homens morreram seguindo ordens de uma mesquita na área de Dilimi, cujos alto-falantes instruíam muçulmanos a desafiar as autoridades, a lutar a jihad e a saquear e incendiar propriedades.
Oficiais de segurança insistem em que os revoltosos agiram, desrespeitando o toque de recolher imposto.
Comentando o fato, Engineer Salifu, secretário geral da Associação Cristã da Nigéria, disse: “Não foram os cristãos que mataram aquelas pessoas; foi a própria atitude deles”. Salifu também enfatizou a preocupação local de que informações inexatas como essa possam provocar nova onda de violência contra os cristãos em outro lugar.
Enquanto o número de cristãos mortos ainda tem de ser determinado, Salifu informou que, por enquanto, sabe-se que 16 igrejas foram incendiadas e que quatro clérigos foram mortos. “Tudo indica que, pelo menos, cem cristãos morreram.”
Há provas de que essa violência no fim de semana tenha sido planejada com antecedência.
Até o momento, 500 agressores muçulmanos foram detidos, alguns dos quais vestiam uniformes policiais e militares falsos; 200 são cidadãos do Níger, os 300 restantes são de outros Estados de Nigéria. Alguns dos detidos informaram à polícia que chegaram a Jos três dias antes das eleições. “Eles tinham muitas armas e estavam bem preparados.”
A respeito da violência, o reverendo Dr. Benjamin Kwashi, arcebispo anglicano de Jos comentou: “Esta crise mostra que as autoridades federais precisam avaliar seriamente conflitos anteriores que afetaram a Igreja, a fim de ter certeza de que a verdade é dita e mantida e que a justiça é feita. Tornamo-nos o bode expiatório daqueles ressentidos por eventos dentro e fora do país. A Igreja do norte da Nigéria precisa urgentemente de proteção nacional e internacional. Sofremos violência há mais de 20 anos e está ficando insuportável”.
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