Indígenas brasileiros criam rede de igrejas evangélicas
Apesar da organização, os pastores não influenciam nos atuais conflitos por ocupação de terras.
A União das Igrejas Evangélicas da América do Sul (Uniedas) é uma organização com mais de 30 anos, mas que hoje é coordenada por terenas, um grupo de indígenas brasileiros, que conta com 25 igrejas e 8 congregações cadastradas.
A maioria delas está no estado do Mato Grosso do Sul, são 22 instituições religiosas no total, as restantes estão em Rondônia e em Mato Grosso.
Fundada em 1972 por missionários alemães, a Uniedas hoje tem como líderes alguns pastores terenas como Ricardo Poquiviqui que está à frente de uma igreja em Campo Grande que tem 60 membros, a maioria índios terenas.
“Dez, vinte anos atrás, o índio era muito discriminado. Às vezes, quando ia a uma igreja, não se sentia bem, daí a necessidade”, explica ele.
Hoje os terenas contam até com uma tradução bíblica em sua língua, mas as celebrações ainda são feitas em português, pois os jovens não possuem conhecimentos na língua terena.
A Uniedas não tem muita participação nessa crescente disputa de terras em Mato Grosso do Sul, o trabalho está focado na orientação e na vida espiritual dos índios.
“Estamos cansados de reuniões. Já falamos com todo mundo que tínhamos de falar. É deputado, governador, ministro, não tem mais com quem falar. É por isso que estourou”, disse o pastor Ricardo que sabe que com mais acesso à educação superior, os índios passaram a entender seus direitos.
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