A Índia ocupa a 37ª posição na classificação dos países que mais perseguem os cristãos. Dados apontam que "enquanto a maioria dos cristãos indianos é relativamente livre, muitas regiões do país sediam verdadeiros campos de batalha entre extremistas hindus e cristãos". A violência contra pastores e ataques a reuniões da Igreja continuam mensalmente, principalmente, em áreas rurais
Confira abaixo relatório de incidentes ocorridos na Índia, entre setembro e outubro de 2012, separados por estado e cidade, respectivamente.
Estado: Karnataka – Cidade: Kannur
O pastor John Samuel Kim, da casa de oração Jerusalém, localizada na vila Kannur, a poucos quilômetros de distância da zona Kolar, disse à Portas Abertas que estava parado na estrada com três amigos, em 11 de outubro, após a distribuição de cartões de casamento de sua irmã.
"Um grupo de 20 extremistas me questionou sobre o que eu estava fazendo na aldeia", contou ele. "Eles me empurraram, dizendo: ’Por que você visita a aldeia e fala às pessoas sobre Cristo?', acusaram-me de conversão forçada e agrediram-me com paus e pedras, pontapés e socos."
Kim caiu inconsciente. Os agressores o deixaram e os amigos do pastor chamaram a polícia. Ele foi hospitalizado com uma costela quebrada e ferimentos na cabeça e no pescoço.
Na manhã seguinte, bem cedo, quatro pessoas invadiram a ala hospitalar onde Kim estava internado.
"Eles disseram que eu deveria morrer, sacudiram minha cama e me agrediram de novo. Apertaram meu pescoço e me ameaçaram com uma arma afiada", disse ele. Nesse segundo ataque, Kim sofreu uma grave lesão no pescoço.
Os agressores fugiram quando ouviram o som de pessoas chegando. Mais tarde, Kim forneceu uma descrição dos atacantes para a polícia, que postou guarda na enfermaria por sete dias, até que o pastor estivesse recuperado.
A polícia registrou queixa contra os atacantes, mas nenhuma prisão foi feita. O superintendente do Distrito Policial de Kolar, Ram Niwas Seeat, relatou à Portas Abertas que ele e sua equipe vão continuar protegendo o pastor sempre que necessário, e que as buscas pelos agressores continuam.
O Conselho Global de Cristãos Indianos, grupo de defesa, informou que o ataque de 11 de outubro foi o segundo sofrido por Kim, somente no ano passado. Três meses antes, em Bangarapet, ele foi atacado de forma semelhante.
O pastor não registrou queixa na polícia depois do primeiro ataque. "Eu os perdoei e imaginei que eles não fossem me incomodar novamente", disse ele.
"Eu estava atravessando o viaduto de moto quando eles me pararam. Acusaram-me de conversão forçada e me agrediram", revelou Kim à Portas Abertas.
Ataques contra pastores e instituições cristãs têm aumentado significativamente no sul do estado indiano de Karnataka, onde a violência contra os cristãos tem sido mais frequente durante os últimos nove meses.
Estado: Karnataka – Cidade: Anekal Taluk
Hindus acusaram um centro cristão de desenvolvimento infantil de converter crianças ao cristianismo. O diretor do centro, Devanand Samuel, disse à Portas Abertas que oficiais de polícia de Karnataka foram até o local em 29 de setembro, com acusações de que o lugar usava alimentos, roupas e educação para atrair as crianças para o cristianismo.
Um político local, J. Ram, aumentou a pressão, em 10 de outubro, quando ameaçou a aplicação de consequências terríveis se o centro não fechasse. Funcionários interditaram a instalação, mas, segundo Samuel, divulgaram um comunicado de "retomada das atividades em breve".
A organização em Anekal Taluk, ao sul de Bangalore, só pôde retomar suas atividades em 29 de outubro, depois que familiares reuniram-se com os acusadores e insistiram que seus filhos estavam recebendo ensinamento acadêmico, não religioso.
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