Igrejas evangélicas vem sofrendo interdições por parte da prefeitura de Araguaína, interior do Tocantins, e reclamam de perseguição religiosa.
O argumento das autoridades locais baseia-se na questão da falta de alvará dos templos e do barulho. Mesmo sem medição dos decibéis dos cultos, duas igrejas foram interditadas pela prefeitura sob alegação de que o som estava acima dos 75 decibéis permitidos por lei.
“Igrejas estão sendo lacradas sem nenhum aviso prévio, casamento está sendo invadido sem nenhum motivo, pregador que prega na rua sendo proibido de pregar. Se isso não for perseguição não existe perseguição”, reclamou o pastor Ildésio Luis Alves, presidente do Conselho de Pastores da cidade.
Outra liderança evangélica local reclama da falta de orientação por parte das autoridades antes da aplicação das multas, mas reconhece que muitas igrejas extrapolam o bom senso no que se refere ao volume do som nos cultos: “Não somos contrários à fiscalização e a cobrança de que a lei seja cumprida, porém cada fiscal que tem o seu entendimento ao seu modo interpreta a lei e nos exige algo que causa essas discrepâncias nas ações. Sou plenamente favorável que estes excessos sejam corrigidos”, afirmou o apóstolo Bueno Júnior em entrevista ao G1.
Falta de Alvará
O pastor Tiago Moreira, líder da igreja Nova Jerusalém, queixou-se do que considerou um abuso: “Fiquei triste, pois a nossa igreja já estava toda construída, com forro, piso, só faltavam as janelas, e o fiscal veio aqui e deu a ordem pra fechar as portas. Nunca ninguém veio aqui na época da construção dizer que faltava isso ou aquilo. Depois de tudo pronto, eles vem e lacram a igreja”, disse Moreira, em entrevista ao Jornal da Missão.
A impressão de perseguição religiosa é compartilhada pelo pastor Luciano Galvão, do Ministério Reinando em Cristo: “Por que essa atitude só com as igrejas evangélicas? Por que não se faz a mesma coisa com bares e festas que tanto incomodam as famílias? Há uma perseguição às igrejas evangélicas de Araguaína. O inimigo está incomodado com a ação da igreja e tenta atrapalhar nosso trabalho sério que recupera vidas para a sociedade. Mas não podemos estranhar atitudes assim, está na Bíblia que isso já aconteceu e que poderia acontecer, mas não vamos nos enfraquecer nem nos intimidar com essas ações”, pontuou Galvão.
O responsável pelo Departamento de Postura e Edificações, Tiago Spacassassi, argumentou que seguiu o que a lei estabelece: “Na época existia uma denúncia, existia uma modificação. O problema continuou e nós fizemos uma interdição temporária para a resolução do problema, ao invés da aplicação da multa”.Deixe seu Comentário abaixo:
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