As famílias mais pobres da Grã-Bretanha, incluindo 7,5 milhões de crianças, estão passando por grandes dificuldades financeiras. Uma alternativa para ajudar essas pessoas é se o governo evitar mais um aumento da inflação. Para isso, as quatro principais igrejas do Reino Unido se uniram para pedir ao governo que se lembrem dos menos favorecidos.

As igrejas Batista da Grã-Bretanha, Igreja da Escócia, Igreja Metodista e a Igreja Reformada Unida divulgaram uma declaração conjunta pedindo ao Chanceler do Tesouro para cuidar das famílias que estão passando por dificuldades financeiras.

Em janeiro, o parlamento votou a congelar a maioria dos benefícios em termos de dinheiro para os próximos quatro anos. Isso significa que esse valor será "corroído pela inflação ano a ano e reduzirá o nível do apoio disponível a mais de quatro milhões de famílias que contêm pelo menos 7,5 milhões de crianças", disseram as Igrejas.

"O congelamento de benefícios está colocando os mais pobres em uma situação de danos econômicos", disse Rachel Lampard, vice-presidente da Conferência Metodista.

"Em janeiro, quando o parlamento votou a congelar os benefícios, a inflação estava baixa, estável e prevista para permanecer baixa. Hoje, as perspectivas econômicas são muito diferentes. O aumento da inflação significará que 7,5 milhões de crianças serão atingidas por cortes mais rápidos do que o esperado. É hora de controlar esse enorme corte", disse Rachel.

Queda da Libra

Os preços dos bens mais básicos, incluindo os alimentos, provavelmente serão os primeiros a subir, como resultado da queda no valor da libra, prevê o Banco da Inglaterra.

O reverendo Dr. Richard Frazer, que convocou a Igreja e o Conselho da Sociedade da Igreja da Escócia, alertou: "Muitos pais já não sabem o que fazer para garantir o alimento de seus filhos”, disse.

Ele continuou: "O custo dos alimentos está aumentando mais e mais, sendo que essas famílias já não têm o suficiente para comer. Um governo decente deve garantir que elas não passem por isso. Os benefícios precisam acompanhar o aumento dos custos de alimentos”, ressaltou.

Já o reverendo Stephen Keyworth, líder da equipe de fé e sociedade da União Batista da Grã-Bretanha, acrescentou: "Já existem números recordes de pessoas que procuram ajuda de emergência em bancos de alimentos e abrigos noturnos administrados por igrejas”, comentou.

"Se o sistema de benefícios deve apoiar as famílias no período de tempos difíceis, deve haver uma ligação entre o preço da comida e abrigo e o valor dos benefícios”, pontuou. "O que está por vir é mais fome e mais problemas de saúde. Não devemos permitir que o potencial humano seja perdido por causa da pobreza", finalizou.