A Igreja Católica em El Salvador pediu neste domingo, ao novo presidente do país, Mauricio Funes, que consolide a paz e a democracia e que aborde em profundidade o problema da violência. Funes prestará hoje juramento como presidente da República.
O arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, disse que a Igreja espera que o novo Governo possa construir, firmemente, a paz, e solidificar a democracia: "Que possamos viver em uma sociedade fortemente democrática, na qual as instituições funcionem, e as leis sejam verdadeiramente justas e favoreçam o bem comum" – afirmou o prelado, numa coletiva de imprensa, após celebrar a missa dominical, na Catedral de San Salvador.
"Confio que Funes seja capaz de levar o país rumo a um caminho melhor, mesmo em meio a uma crise econômica, a uma estrada de progresso, de liberdade, de desenvolvimento, de equidade e de paz" – declarou. O arcebispo também se referiu ao grave problema da insegurança: em El Salvador, se registram de 10 a 12 assassinatos por dia.
"É um problema grave, que abate a sociedade, que nos coloca num nível verdadeiramente preocupante, encabeçando a lista dos países violentos, com tantos homicídios diários" – disse o prelado, sublinhando que a questão não se resolve mudando o Código Penal, mas oferecendo novas oportunidades a quem delinque.
O jornalista Carlos Mauricio Funes Cartagena, de 49 anos, assumirá nesta segunda-feira a presidência de El Salvador. Participarão da cerimônia de posse representantes de 72 nações e 16 chefes de Estado. Entre eles, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Trata-se do primeiro presidente de esquerda a tomar posse, depois de 20 anos de gestão do partido Arena, de direita.
O novo presidente de El Salvador é casado com a brasileira Vanda Pignato, ligada ao Partido dos Trabalhadores. (BF)
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