MALÁSIA – A arquidiocese de Kuala Lumpur, na Malásia, processou o governo federal do país pela violação das liberdades de religião e de imprensa.
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Justiça impediu a publicação do jornal católico “Herald” em língua malaia e a utilização da palavra “Alá” em referência a Deus .
Segundo as autoridades, o uso da palavra “Alá” é permitido somente aos muçulmanos. Essa atitude do governo causou fortes protestos por parte das minorias religiosas e dos ativistas pelos direitos humanos.
O diretor do jornal, padre Andrew Lawrence, foi obrigado a acatar a imposição do governo, mas a arquidiocese resolveu avançar com um processo judicial, reivindicando o direito de usar a palavra “Alá” no jornal.
Uma questão de liberdade
O Arcebispo de Kuala Lumpur, D. Murphy Nicholas Xavier Pakiam, ressaltou que “o ministro da Justiça e o governo federal não podem impedir o jornal de utilizar essa palavra, pois esse direito é garantido nos artigos 10 e 11 da Constituição, que dizem respeito às liberdades de imprensa e de religião”.
D. Pakiam disse ainda que recebeu várias ameaças e foi pressionado pelo governo. E concluiu definindo como “irracional” a justificativa do Ministério da Justiça de impedir o uso da palavra “Alá” por questões de segurança interna, a fim de evitar a desordem pública.
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