Cristãos lamentam a falta de ação do Governo que, mesmo diante da decisão da Suprema Corte de reabrir a igreja, optou por manter a congregação fechada
O representante de uma igreja de Bogor, na Indonésia, cuja congregação foi impedida de realizar atividades cristãs, criticou o governo e agentes da lei por sua lentidão na resolução de casos de intolerância religiosa em todo o país.
Jayadi Damanik, da igreja GKI Yasmin, disse que não há solução duradoura para o impasse em que se encontra a igreja em que congrega, em Java Ocidental, fechada por ordem de autoridades locais. Na foto, ele argumentava com o oficial que fechou a congregação.
Damanik afirmou que tentou se utilizar de ferramentas legais e, fora dos tribunais, o apoio de ativistas de direitos humanos mas, mesmo assim, não conseguiu alcançar avanço no processo. Ele avisou, porém, que os funcionários lhe prometeram uma resolução ainda este ano.
"O governo central, o provincial, diretores gerais e o ministro do Interior relataram que tudo seria resolvido antes mesmo do Natal", disse Jayadi durante um fórum em Jacarta.
Jayadi relatou que, no tempo que passou em provação, ele ouviu muitas "mentiras" - promessas dos governos central e provinciais, que não se concretizaram. "Por que eles estão fazendo isso aos cristãos da igreja GKI Yasmin? O que eles fizeram de errado para serem tratados dessa maneira? Ninguém pôde me responder", disse ele.
Ele criticou os agentes da lei e da polícia que não atuaram em proteção à liberdade religiosa. "Se não era possível resolver o problema, então deviam, ao menos, promover a mediação dos conflitos. Se, mesmo assim, não for resolvido, então, levá-lo ao tribunal”, disse. "Muitos relatórios da polícia não foram investigados. Processos judiciais em outros lugares também não correm bem", acrescentou.
Jayadi Damanik contou ainda que ele e outros irmãos da igreja de Yasmin não desejam que as pessoas que os prejudicaram por intolerância religiosa sejam punidas severamente, mas querem justiça no processo.
O caso atraiu ampla repercussão, especialmente da Suprema Corte, que decidiu pelo encerramento das atividades da igreja, considerando-a ilegal e, depois, ordenou a reabertura. No entanto, as autoridades de Bogor e o governo central se recusaram a cumprir a decisão da corte e não reabriram a congregação.
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