SYDNEY – Parlamentares da Austrália Meridional pediram hoje oficialmente perdão a centenas de crianças entregues aos cuidados de órgãos do Estado e ordens religiosas que sofreram abusos sexuais.
Uma investigação conduzida pelo ex-juiz da Suprema Corte australiana, Ted Mullighan, que durante três anos dedicou-se ao tema, ouviu o testemunho de 792 pessoas, que disseram ter sido vítimas de violência sexual, cometida por 1.733 pessoas identificadas, da década de 1930 até hoje.
O premier Mike Rann leu um comunicado com o pedido de desculpas, assinado pelo governo e pelas igrejas Católica, Anglicana, Luterana e Unitária.
“Nós, o governo da Austrália Meridional e as ordens religiosas, reconhecemos que crianças e jovens confiados aos nossos cuidados sofreram abusos, que tiveram efeitos negativos em suas vidas”, disse Rann ao ler o comunicado, acrescentando que “isso nunca devia ter acontecido”.
“Estamos descontentes e pedimos desculpas a todas as vítimas, a quem testemunhou esses abusos e os que não foram escutados quando tentaram denunciá-los”, continuou o premier.
O ministro para a Família e a Comunidade, Jay Weatherhill, anunciou a formação de um grupo especial que terá como objetivo estudar a formação de um fundo de indenização às vítimas.
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