Para muitos, o Natal parece que sempre foi celebrado pelos cristãos e sua proibição é uma demonstração de intolerância religiosa. Mas, na verdade, em algumas tradições, essas festividades foram banidas no Reino Unido e nos Estados Unidos por grupos de puritanos.
Essa “guerra contra o Natal” foi travada durante os séculos XVI e XVII pelos cristãos protestantes que acreditavam que as pessoas precisavam de regras rígidas para serem religiosas e que qualquer tipo de festa era pecaminosa. No livro “Shocked by the Bible”, Joe Kovacs revela que “Embora possa parecer chocante, os seguidores de Jesus tanto na América quanto na Inglaterra ajudaram a aprovar leis tornando ilegal comemorar o Natal, acreditando que era um insulto a Deus honrar um dia associado ao paganismo antigo”.
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Todas as celebrações natalinas, incluindo danças, peças de teatro, canções natalinas, festar e especialmente o consumo de bebida foram proibidas pelo Parlamento da Inglaterra, dominado pelos puritanos, em 1644, com os puritanos da Nova Inglaterra seguindo o exemplo. O Natal foi banido em Boston, de 1659 a 1681.
Árvores de Natal e decorações eram consideradas parte de rituais pagãos e as leis puritanas exigiam que as lojas e o comércio permanecesse abertos durante todo o dia no Natal e muitas igrejas tinham que fechar as portas. Havia pessoas caminhando pelas ruas no dia 24 gritando “Sem Natal, sem Natal!”.
O entendimento teológico dos puritanos era que não havia nenhuma justificativa bíblica para 25 de dezembro ser considerada a data do nascimento de Jesus Cristo.
A legislação anti-Natal só foi revertida quando Charles 2º se tornou rei da Inglaterra. Mesmo depois da mudança da lei, grupos puritanos continuaram a tratar as festas natalinas como uma abominação pagã.
Data polêmica
De fato, não existe registro bíblico que mostra a data exata em que Jesus nasceu. A maioria dos teólogos acreditam que foi na primavera, já que os Evangelhos falam sobre pastores cuidando de seus rebanhos no campo aberto. Afinal, no inverno eles buscavam abrigo para si e para os animais.
Na época do Império Romano, no fim de dezembro comemorava-se o Natalis Solis Invicti [nascimento do sol invencível], uma homenagem ao deus Mitra, popular em Roma. Tratava-se de um festival de colheita, quando se trocavam presentes, os lares eram decorados e havia muita comida. O costume incluía beber muito.
Historiadores já mostraram repetidas vezes que nos primeiros séculos do cristianismo, “o calendário cristão” acabou se misturando com o “calendário pagão”. No fim do século 4º, os rituais pagãos e cristãos coexistiam por 14 dias em dezembro.
Até hoje existem ramos dentro do cristianismo que rejeitam muitos elementos incorporados posteriormente à festa, como as árvores de Natal e a imagem do Papai Noel. Para a maioria contudo, trata-se apenas de uma data dedicada à lembrança do nascimento do Salvador do mundo.
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